O OURO DE LA PAZ

O OURO DE LA PAZ

Miguezim de Princesa

I

Quando Evo fez parada

Em Assunção, Paraguai,

Foi recepcionado

Por neto de Aninha Traçai,

Prima de Rasga-Mortalha

E amiga de Uray.

II

Levava no avião

Um saco de empanadas,

Cinquenta mantas de charque,

Duas mil saltenhas assadas

E 100 mil barras de ouro,

Pois de besta não tem nada,

III

Levou malas de dinheiro

Pra gastar com as mexicanas,

Fez igual a Dom João VI

Nas terras brasilianas,

Foi embora e só deixou

Alguns cachos de bananas.

IV

Encostaram os carros fortes

Na capital Assunção,

Foi tanto saco descendo

Que o amigo Ferreirão

Comentou que na Bolívia

Não ficou nem um tostão.

V

Depois que os carros saíram,

Ele partiu sem sobroço,

Comeu um cerdo à la prancha,

Enchendo a pança no almoço,

Sabendo que o dinheiro

Foi seguro em Mato Grosso.

VI

Na fronteira com o Brasil,

Chico de Rosa Muvara,

Com um charuto cubano

E um boné de Guevara,

Preparou uma trincheira

Bem escondidinha e rara.

VII

Nos buracos que cavou,

Enterrou dinheiro e ouro

Para retomar a guerra,

Que não se ganha com ovo gouro,

E disse que quem achá-lo

E pegar vira besouro.

VIII

Evo também escondeu

A pedra de ayoreita,

Um buraco com millenium

E outro com anahita

E fez uma grande cratera

Com pedra bolivianita.

IX

E quem quiser duvidar

Que esse cordel não é fato,

Que não passa de gracejo

De versejador barato,

É só procurar riquezas

Bem escondidas no mato.

X

Verá, por fim, o que eu digo

Quando chegar a eleição,

Na falta das empreiteiras

Que irrigaram o Petrolão,

O dinheiro da Bolívia

Vai ser mato pelo chão!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 12/11/2019
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