"LUA DE MEL"

"LUA DE MEL"

I

Tenho amigo magarefe

que de um açougue é o chefe

e nele sempre labuta.

Começa de manhãzinha,

vai até de tardezinha

vivendo com muita luta.

I I

Faz tempo que êle trabalha,

"quartos" de boi estraçalha,

corta, pica e até mói.

Ás vezes o "trampo" é tanto

que nos causa muito espanto

de tão gelada a mão dói !

I I I

Pois é Sérgio o seu nome

e dos pobres "mata a fome"

vendendo carne barato.

Pra agradar a namorada

luta desde a madrugada...

porque êle a ama de fato !

I V

A garota é um... sonho

e êle me diz, bem risonho:

-- "Tá só na imaginação" !

Mas ao amigo garanto

que se esperar mais um tanto

ganhará um mulherão !

V

Será graciosa e terna,

braços que parecem perna,

quem não gostar que se dane !

Quando te der um abraço

lhe ofende os rins, rompe o baço...

o seu nome é Gracyanne !

V I

Hás de amá-la até o FIM...

vais com ela mesmo assim

e deixa o povo falar !

Mas se alguém te aborrece

ela no cara o "pau desce",

que a moça adora brigar !

V I I

Assim viverão juntinhos

parecendo 2 pombinhos,

se amando em eterna "lua" !

Se o Sérgio olhar para alguém

a "coisa" não finda bem:

apanha em casa e na rua !

V I I I

Vai chorar "baldes" de pranto...

"Gracy" irá lhe bater tanto

por tentar pôr nela "chifre"

que o coitado, abatido

-- moído e todo ferido --

não servirá nem pra bife !

"NATO" AZEVEDO

(27/out. 2019, 10hs)