UM CATIMBÓ PARA JOICE

UM CATIMBÓ PARA JOICE

Miguezim de Princesa

I

Uma mulher de 100 anos,

Que veio do Piancó,

Prima de Toim Vicente,

Comedor de mocotó,

Me disse que a cabeça

De porco era catimbó.

II

Foi um catimbó pesado

Que fizeram à deputada,

Com a cabeça do corpo,

Que passou na encruzilhada

E dez tufos de cabelo

Da mocreia escalpelada.

III

Uma asa de morcego,

A menstruação no pano,

Cem pragas do Véi Vigó,

Cinco litros de tutano,

Bufa de bata doce

E as barbas de um bichano.

IV

Um frasco de pó de mico,

O raspado de uma frieira,

A catinga do sovaco

De dona Zefa Fateira

E o dedo de um delator

Que caiu no meio da feira.

V

Duas patas de um viado,

Que morreu na Umburana,

As promessas de um político

E a ressaca da cana,

Cento e vinte tapurus

Que encontraram na banana.

VI

Peido fedendo a chulé,

Que soltaram no forró,

Uma alça de caixão,

Que acharam em Cabrobó,

E um retrato amarelo

Da doida de Caicó.

VII

Ainda encheram o feitiço

Com uma bandeira do Petê,

Uma foice e um martelo

Do velho Pecedobê

E um facão amolado

Do invasor Emessetê.

VIII

Tinha também leite de sapo

Do mais feio, que é cururu,

Uma galinha do pé duro,

Que acharam no Curuzu,

E 20 bilros tirados

Da porteira de um baú.

IX

Completaram o catimbó

Com o rabo de um barrão,

Um fumo de Arapiraca

E a peia de Sansão,

O jumento mais safado

Que já andou no Sertão.

X

Quando abriu o catimbó,

Que viu aquele retrato,

Joice disse a Bolsonaro:

- Oh, meu presidente gato,

Por você eu mato e morro,

Mato você e me mato!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 23/10/2019
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