O ônibus, a ficha telefônica e o doce de goiaba: a crônica de um amor à primeira vista - parte VII)

A história de como me apaixonei à primeira vista pela minha musa ...


Ela ficou meio sem jeito
mas não pôde resistir.
E nem podia imaginar
o que daquilo iria surgir.
Saber onde ela morava
era o próximo passo a dar.
Pois se ela desaparecesse,
saberia onde a encontrar.


A acompanhei até sua casa,
na verdade, apartamento,
era tudo que podia
fazer até aquele momento.
Ficamos conversando na calçada,
em frente a uma padaria.
Que a conversa não acabasse,
era tudo o que eu queria.


O endereço eu já sabia,
mas não podia me contentar.
Tinha de achar um jeito
de esta moça me ligar.
Inventei que nosso telefone
tinha um problema intermitente.,
Que só seria resolvido
se muitos ligassem pra gente.

Não sei se acreditou,
mas foi o que pude elaborar,
Pois já estava chegando
a hora de nossa conversa acabar.
Isso me aterrorizava
da cabeça ao calcanhar.
Como é que sem essa moça
minha vida ia ficar?


Então nossa primeira conversa
terminou bem assim:
com um beijo no meu rosto,
ela se despediu de mim.
E na cena seguinte,
Ela sobe para o apartamento.
E logo na sequência
Começava o meu tormento.


A partir de agora ela
estaria em outra cidade.
E eu aqui em Londrina
com o coração cheio de saudade.
A ficha não havia caído.
Eu ainda não tinha em mente
toda espera e sofrimento
que viria pela frente.


Cedo eu ia pro trabalho.
O dia todo um horror.
Até quando eu ficaria
sem rever o meu amor?
Somente a vendo de novo,
cessaria a minha dor.
E se ela não voltasse?
Este era o meu temor.

Continua...