A AULA...

Por Gecilio Souza

Com seu jeito habitual

Entra o professor em sala

Pega o seu material

Na mesinha o instala

Pincéis, apagador e tal

Porque é cioso e rala

Disse: Bom diaaa pessoal!

E todos soltaram a fala:

Em uníssono fervor

Bom diaaa caro professor

E assim começa a aula

Com letra que não se iguala

No quadro escreveu a frase

A mente não é uma mala

Que se guarda tudo ou quase

Então uma aluna embala

Com fundamento e base

Reflexão de alta escala

E a turma gritou: arrase!

A aluna com convicção

Fez uma bela interpretação

Dizendo: aprenda, não envase!

Por mais que alguém se atrase

Aprender sempre é possível

Põe-se o acento ou a crase

Onde for imprescindível

Mestre, por favor pause

Porque o assunto é incrível

Todo contexto é uma fase

Cada fase é discutível

Então dinâmica é a mente

Não é um recipiente

Do contrário seria horrível

Um aluno disse: é cabível

Mais outra interpretação

O saber é tão flexível

Porque flexível é a razão

E a coisa mais terrível

É armazenar informação

Pode até não ser visivel

A profunda distinção

Entre o ato de aprender

E a mera prática de reter

Sem qualquer reflexão

Uma jovem com atenção

Sentada ao lado da porta

Muito atenta à exposição

Tudo ela ouve e anota

Rompeu a inibição

Do jeito que o mestre gosta

Animada ergueu a mão

Explicou sem meia volta

A mente se revigora

Seleciona e joga fora

Aquilo que não importa

Toda a turma deu sua cota

Refletiu e participou

Viu que o saber não se esgota

Naquilo que se decorou

O estudo tem uma rota

Sabe disto quem estudou

Quem "ensina" não açoita

Açoita é quem armazenou

Toda a turma entendeu

O mestre também aprendeu

E a aula terminou.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 17/10/2019
Reeditado em 18/10/2019
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