Cordel da sede
Se um dia
fosse possível
O nordeste beber água à vontade
Nasceria até abacate de mãos dadas
com jerimum.
E toda rama teria cheiro próprio.
Todo barranco seu ribeiro.
Margeando ricos açudes.
Matando do gado e das gentes a danada da sede.
Aí sim, quem sabe?
Se o mapa geográfico
Virasse de ponta cabeça.
O Norte virasse o Sul
As rochas transformassem-se em Areia
As Cidades virassem Sertão
O Sertão virasse Mar.
Aí sim, reinaria a confusão
Tudo de ponta cabeça
Caberia a tanta Gente
Correr atrás de Solução
Para limpar e preservar o planeta.
Casa de água cristalina.
Só assim, após tal lição bagunçada
A natureza voltaria a ter ciclo natural
No papel de mãe, respeitada, servindo a todos
abundantemente as suas verdadeiras riquezas.