carta de amor
Hoje, sentado na cadeira
Lembrei-me d'uma história
Que se faz presente na minha memória.
Conta, de maneira verdadeira
De um homem e sua paixão derradeira
Com sua enamorada, que a conhecera por sorte.
Amor, paixão e afeto era seu norte
Mas como o futuro pertence a Deus
Ele reservou aos lábios seus
Uma triste morte
No dia 30 de junho de 2018
Eles dois se conheceram
Paixão a primeira vista, seus corações amoleceram
Quando se olharam olho no olho
Ela com 15, ele com quase 18
Edificaram um sentimento com maturidade
Baseado na fraternidade
Com permissão do céu
Com pouco tempo, ela já se imaginava com um véu
E ele, ao lado dela durante a eternidade
Ela era uma menina doce, meiga e afável
Ele um rapaz encantador e simpático
Divertido, engraçado e carismático
Tinha para a frente, um futuro formidável
Que foi interrompido por um pranto inexorável.
Até o dia do pranto, só trocaram olhares
Isso a deixou com pesares
Pois ela sonhava que num dia
Um anjo do céu caia
E eles se beijariam nos altares
Depois de meses, o amor foi construindo
Ela o conquistou com seu olhar
E com seu jeito único de amar
E assim ela foi o conseguindo
O rapaz ela foi persuadindo
De uma maneira que ninguém sabe como é
O que cria um amor qualquer
E ninguém sabe o que esconde
As profundezas do monte
Do coração de uma mulher!
A meia noite, em pensamento dizia
- Que você fique p'ra sempre na minha vida
Até chegar o dia da minha ida
E ela diz- Por ele, tudo faria!-
E cantigas de amor da sua boca saia
Mas com eles a vida foi inconsequente
O padre, seu confidente
Ouvindo suas confissões, sabia
Que aquele amor iria se apartar um dia
De forma delinquente!
Com o passar do tempo
Os espíritos dos dois se juntava
Suas bocas, sorriso belo ostentava
Com um brilho denso.
E amar era seu passatempo...
Tentaram fazer uma história erudita
Que duraria por toda a realidade infinita
Mas eles não imaginavam que a paixão
Já estava perto de se acabar n'um caixão
E quando ela se lembra disso, enlouquece e grita
- Amor, não me deixe só-
Até o coração treme
Seu peito se desmancha em creme
Sua garganta dá um nó
E diz- Dêi-me pelo menos um abraço
Tu é minha paixão infinda
Amor que aguardei desde pequenina.
Amor, desde quando tu partiu
Meu mundo de vez caiu
Até esqueci como a vida é linda
Mas ainda não cheguei a te contar
Como daqui ele partiu
Antes vou contar como a menina descobriu
Me custa acreditar
Que a morte ele não conseguiu afrontar
E os necrologios gritaram -Ele morreu-
Mas o fato doloroso ocorreu
Um carro, uma estrada, uma serra
O carro capotou sobre a terra
E quebrou o pescoço seu
Antes de morrer
Ele disse a sua enamorada
-Amor, para ti deixei uma carta.
Ela está lá no caso d'eu morrer.
Fiz ela com todo amor que tem no meu ser.
Tá no meu quarto, na terceira gaveta
Siga em direção a porta, ela está a sua direita
Lembre-se que foi feita com amor
Com todo meu calor-
Não sabia ele que essa seria a última e a primeira
Um dia, a serra de Teixeira ele subia
Se despediu de sua amada
E disse -Amor, vou agora para a estrada-
E depois, o carro com a terra colidia
E seu espírito, daqui partia
Do rapaz, só carne restou
A moça quando soube ficou desesperada
Para aquela situação, ela estava despreparada
E nessas horas, ele, a Deus se entregou
A sua dor foi tão intensa
Que de Deus duvidou
Mas para ela, Deus acenou
E confirmou sua presença
Pois, para nenhum filho, dor será a sentença
Mas triste ela quis ficar
Sozinha ela quis estar
Mas como no céu, o rapaz está
Ele de lá
Mandou um homem para lhe consolar
Depois de um dia, chegou o velório
Ela o queria ver
Para em sua morte poder crer
Sua corpo no caixão está inglório
Do lado uma vela, flores e um incensório
Ornamentava a situação
E ela chorou tanto que doeu seu pulmão
E assim foi a história do amor que um dia
Com a morte morria
E acabava um coração!