A força do dever.

Vendo a força do dever

Me restou obrigação

Nada tendo pra perder

Busquei na religião

Alguém pra me esclarecer

Mesmo não tendo razão.

Nessa força do dever

O infante se agiganta

Fica dono do querer

No fazer não desencanta

Tem no nobre proceder

Uma força que encanta.

Tem no seu nobre trabalho

O pão que o alimenta

Não tem medo do orvalho

Chuva não é sofrimento

Não se envolve no baralho

Cultiva o bom sentimento.

Ele à casa sempre volta

No final de mais um dia

Não precisa de escolta

Tem em si a honraria

Contra nada se revolta

Sua paz é galhardia.

O dever foi o exemplo

De um forte que viveu

De acordo com o seu tempo

Ao Poder obedeceu

Também frequentou o templo

Onde Deus reconheceu.

Apesar das ameaças

Do poder da confraria

Das mentiras e trapaças

Da vingança e covardia

Nunca caiu em desgraça

A mulher o protegia.

Fez da sua inteligência

Uma fonte de alegria

Sempre soube que a ciência

É o poder da tirania

Que faz com a inocência

Armas que ninguém diria.

Foi à fonte do saber

Pra buscar conhecimento

Não parou de aprender

Desprezou o sofrimento

Sua força era um prazer

Que não dava isolamento

Viu a força do saber

Derramar conhecimento

No seu lento caminhar

Ouviu o seu chamamento

Para a um faminto dar

Agasalho e alimento.

O dever é patrimônio

Do poeta sem valor

É um sonho desumano

De quem sofre por amor

Faz esforço sobre-humano

Pra viver com a própria dor.

Muitos dotes são pedidos

Pra salvar uma criança

Muitos gritos são ouvidos

De quem só fala em cobrança

Mas no seu olhar contido

Ele guarda a esperança.

Vai com tudo na batalha

Que travou sempre consigo

Sempre leva a sua tralha

Não incomoda o amigo

Vê na sombra da muralha

O portal do seu abrigo.

Quer somente o bem estar

Da mulher que sempre amou

Vai com ela passear

E pergunta se gostou

Nesse lento caminhar

Diz que ela o conquistou.

Vê na vida o seu passado

Mas não teme o seu futuro

Sabe que tem ao seu lado

A mulher, porto seguro,

Para o seu destino alado

Guardado em lugar seguro.

Hoje não tem o seu par

O destino a recolheu

Mas ouviu ela falar

Que o amor permaneceu

Quando o seu dia chegar

Vai morar no que é seu.

Se sofreu algum senão

A mulher o amparou

Carregou no coração

A mulher que sempre amou

Quando ela disse não

Ele sempre a acatou.

Hoje está agasalhado

E olhando o firmamento

Sabe que foi muito amado

Não guardou ressentimento

Tem espaço reservado

Pra buscar discernimento.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 24/08/2019
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