APLAUSO A GRANEL
Uma alma abandonada
tantas vezes sacudida
pura pele e osso
da vida esquecida
esquisito esboço
nos vãos da caminhada
Não tinha voz
talvez nem coração
uma alma qualquer
sem linhas na mão
pro que der e vier
santa ou algoz?
Firme nessa lida
livre sem coleira
é toda dor
toda asneira
seja o que for
está falida
O tempo seguia
tudo acontecendo
aquele roteiro
estava fazendo
pouso certeiro
o que mais queria
Até que um dia
esqueceu seu legado
não sabia o destino
que tinha forjado
virou um desatino
fim da alegoria
A alma despedaçada
que parou de sorrir
buscou uma saída
razão pra prosseguir
era tanta ferida
jazia derrotada
Então aconteceu
vindo do nada
pegou a infeliz
só e desolada
é como se diz
o céu acolheu
Aquela alma ao léo
que não valia nada
é forte guerreira
dribla cada cilada
virou rainha certeira
só aplauso a granel