Tostão em rima de Cordel

Segunda parte.

Outra vez no Maracanã,

A Columbia leva tinta,

Tostão lépido e pipilante,

Com a bola ele brinca

Fez gol e de tudo,

Alem de muita finta.

Novamente no Rio de Janeiro,

A Venezuela entra pelo cano,

Como deve ter sofrido,

O pátrio venezuelano,

E Tostão meteu três

No pobre arqueiro Fazano.

E outra vez os paraguaios,

Não deram mesmo pressão,

Com as grandes tabelinhas,

De Pelé para Tostão,

O Brasil classificado,

Estava em delírio a nação.

A bola corria macia,

Nos ares e no chão,

Era nos pés de Pelé

Ora nos pés de Tostão,

E os craques gênios da bola,

Faziam vibrar a Nação.

Tostão confirmou eu sei,

Era mesmo um estouro,

Tratava a bola com carinho,

Com jeito amaciava o couro,

E por isso foi chamado,

Tostão a Fera de Ouro.

Saldanha técnico e jornalista,

De renome mundial,

Disse Tostão também é Rei,

Mais do que genial,

E que em todo mundo,

Não existe outro igual.

O Jornalista Helio Fraga.

Um jornalista renomado,

Já há dez anos atrás

Havia se profetizado,

Num tom categórico disse;

“É um craque consumado.

Cafunga um comentarista,

Das nossas Minas Gerais,

Famoso no Brasil inteiro.

Pois é ouvido demais,

Disse eu o craque Tostão,

No mundo não nasce jamais.

O famoso canhotinha Gerson

Num pranto de choro,

E num dramático desabafo,

Que foi apoiado em coro,

Tostão com um olho só

É ainda Fera de ouro,

Em 24/9/de 69,

Estava abalada a Nação

Num jogo em São Paulo,

Uma terrível contusão,

O deslocamento da retina,

Com a bolada do Ditão.

Partiu para Houston,

Em terrível dramaticidade,

Era muito suspense,

Estava triste a cidade,

O povo com preces aflitas,

Rezando com piedade.

Este acontecimento,

A todos emocionou,

Uma tristeza na alma,

E o mundo se abalou,

Muitos perderam a voz,

Outros lágrimas jorrou.

Mas Graças ao bom Deus,

Que tudo de bom nos ensina,

E ao Doutor Abdala Moura.

E a sagrada medicina,

Tostão foi bem sucedido,

E ficou bom da retina.

Em 1970 a CBD.

Tornou-se um barburinho,

Opiniões contravertidas,

E gente falando baixinho,

E em cada canto,

Formava-se um grupinho.

Citavam até filosofias,

Uns falavam de otimismo,

Camuflavam amor clubismo,

Outros pregavam o pessimismo,

Também não conseguiam,

Esconder o tal bairrismo.

Parece até fácil rimar,

Esse sufixo ismo,

Era paixão de Estado,

E muito amor clubismo,

Porém Saldanha venceu,

A fase do puxasaquismo.

Em guerra os cartolas,

E crise na seleção,

A imprensa berrando

Pela a desorganização,

E João Saldanha caiu,

Com o time sem Tostão.

Zagalo foi ao Tostão,

Um técnico perseguidor,

Queria substituir técnica,

Por futebol trombador,

E achava que o Tostão,

Não podia ser rompedor.

Em tamanhos desmandos,

Destes que se enerva,

Piazza na balança,

Do vale quanto pesa,

Corte de Zé Carlos e Dirceu,

E Tostão para a reserva.

O jogador Fontana,

Por Saldanha convocado,

Todo dia era notícia,

De um possível cortado,

E o grande craque Tostão,

Psicologicamente arrasado.

E em tantas polêmicas,

Em muita confusão,

Era um disse me disse,

Sem muita explicação,

E Vavá apontava o mineiro,

Da Copa o novo Leão.

E num jogo treino,

Pedido pelo o Chefe da Nação,

E o time reserva,

Foi uma sensação,

Cinco a dois no time A

Comandado por Tostão.

Depois Tostão ganhou a vaga,

No quadro titular,

Foi ele e o povo,

Retomou o seu lugar,

Este fato todo mundo,

Ainda deve se lembrar.

Se Tostão jogasse bem,

A Seleção sensacional,

Mas ele estivesse ruim,

A Seleção jogava mal,

Tostão era na Seleção,

A sua sua espinha dorsal.

Airton Moreira e Fontoni,

Crispim e Saldanha João,

Fiola, Bijú e Aimoré,

Foram técnicos de Tostão,

Lincoln Alves e Zagalo,

Gerson dos Santos Marão.

Ele teve outros técnicos,

Até gente dos estrangeiros,

Em matéria deste recorde,

Ele foi um dos primeiros,

Ao lado do Rei Pelé por,

90 milhões de brasileiros.

A Seleção com dois gênios,

Foi parada muito torta,

E deram Show de bola,

Pelos campos Europa,

Era o café com leite,

Pondo comando na copa,

A bola rolava e rolava,

E era de pé em pé,

Era com o gênio tostão,

Ora com gênio Pelé,

E os gênios donos da bola,

Faziam um tremendo balé.

Com fama e estrela,

Até um pouco de sorte,

Depois do Rei Pelé,

Seu nome era o mais forte,

A majestade da bola,

Um mito do esporte.

Sô Lalá.

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