Tostão em Rima de Cordel
Conterrâneos peço desculpas,
De minha pouca capacidade,
Vou-lhes narrar um fato,
Acontecido nesta cidade,
A história de um futebolista,
Um craque de verdade,
Poetizar é meu dom,
Verso para mim é rotina,
Ninguém me ensinou
Na escola não se ensina,
Este dom que Deus me deu.
Vou escrever Tostão em rima.
Só quem não é sensível,
Nunca entrou no Mineirão,
Não viu um Show de Bola,
Comandada por TOSTÃO,
Viu à vida e não viveu.
Nem entende a rimasão.
No ano de 1947,
A 25 de Janeiro,
No coração de Beagá,
Nasceu este mineiro,
Ficou craque famoso,
Um ídolo do Cruzeiro.
Surgiu esse gênio,
Com futebol de primeira,
Entusiasmou o Cruzeiro,
E a Seleção Mineira,
Tornou-se grande ídolo,
Da Seleção Brasileira.
Eduardo Gonsalves Andrade.
Um jogador mineiro,
Atleta disciplinado,
Um craque verdadeiro,
Um patrimônio nacional,
Do futebol brasileiro.
Eduardo como homem,
No futebol como Tostão,
No lar um bom filho,
Para Deus um bom cristão
E nas cores estreladas,
Amor e dedicação.
Eduardo o grande,
Ídolo de uma torcida,
Seu amor é a bola,
Em sua pátria querida,
O Cruzeiro Esporte Clube,
A razão da sua vida.
Tostão é moeda corrente,
Valorizando o cruzeiro,
É o grande chamamento,
Trazendo ao clube dinheiro,
É correção monetária,
Do Futebol Brasileiro.
Conhecido no Nordeste,
Como conhecido aqui,
Já é ídolo de torcida
Do Amazonas ao Piauí,
É o craque badalado.
Do Iapoqui ao Chuí.
Cheio de muitas qualidades,
Vou dizer como é,
Tem a classe de Didi
E os dribles de Mané,
Com a raça de Vavá,
Tem o gênio de Pelé.
Ainda muito criança,
Já rolava um bolão,
E lá no América,
Já era revelação,
Tornou-se grande claque,
No futebol de salão.
Nos primórdios despontava,
Um grande do Brasil,
Campeão pelo o América,
Na classe do juvenil
Na Seleção de Minas,
Campeão pelo o Brasil.
Campeão Brasileiro 66,
Penta por Minas Gerais,
Ficou um nome famoso,
Nas notícias mundiais,
Em todo e qualquer lugar,
Recebe grandes homenagens.
Craque Rei da bola,
É mesmo um genial,
E pelas eliminatórias,
Foi ele o bom geral,
Sua maior façanha
Tri-campeão Mundial.
Foi alguém muito esperto,
Com dom de clarividência,
Vendo aquele gênio,
Fazendo da bola ciência,
O levou para o Barro Preto,
Num golpe de inteligência.
É um técnico jogando,
Os ânimo ele controla,
É o cérebro do time,
Tem diálogo com a bola,
Vai ali, volta acolá,
Depois aqui você rola.
Tostão!... Tostão!... Tostão!...
É a torcida em coro,
E grandes homenagens,
O Golfinho de Ouro,
Mas o céu pensamento,
É uma bola de couro.
Tostão foi um jogador,
De talento e muito brio
Joga bem com Estádio cheio,
Ou se estiver ele vazio,
Seu caráter é um só,
Em Itabira ou no Rio.
Não é cheio de pompas,
Seus gestos são banais,
Sou um observador,
O tusta é bacana demais,
É o pequeno de grandeza,
De virtudes espirituais.
Se é rico ou pobre,
Nada tenho com a estória,
Para mim interessa Gols,
E o sabor da vitória,
A grandeza do Clube,
Ao jogador a glória.
As bolas de açúcar a Jairzinho,
As de mel para Pelé,
Muitas decididas jogadas,
Só nasceu de seu pé,
Com ele vibrava os granfinos,
Em pranto de choro a ralé.
90 minutos sem bola,
Atraindo a marcação,
Nas horas de angustias,
Era dele a salvação,
Como no escrete Uruguai,
Quando ardia o coração.
Nunca atribuia a si
Era sempre os companheiros,
Nós fezemos isso e aquilo.
Para o bem dos brasileiros,
Nunca quis aparecer,
Para vibrar um dos primeiros.
O jogo com a Inglaterra,
O gol de Jairzinho em oração,
O nome Jairzinho rezuava,
Em toda extensa nação,
Num conto tostão vibrava,
Chorando de emoção.
Na luta diária,
Na sua grande lida,
Coisas e coisas ruins,
Aconteceu em sua vida,
Casos de fraternidade,
Coisas tristes dolorida.
Num de nossos hospitais.
Um garoto em agonia,
Com a visita de Tostão,
Um gol ele pedia
E Tostão quase chorando,
A ele o gol prometia.
No outro dia o jogo,
Pela taça regional,
De repente um defensor,
Cometia um penal
O goleiro o defendeu,
Pois Tostão chutou Mal.
E deu um sinal trste,
Conformado por Dirceu,
Era o gol prometido,
Que ele mal bateu,
E poucos minutos depois,
O Pobre garoto morreu.
Tostão perdeu-se no cramado
Ficou como que ao léu,
Com a alma despedaçada,
Sentia a culpa de um réu.
Mas fez um gol de placa,
O garoto vibrava no céu.
Deus que rege o mundo,
Regulariza nosso destino,
Conhece todos os corações,
Desde o grande ao pequenino,
Sabe que o grande Tostão,
Para Deus um bom menino.
O grande Gentil Cardoso,
Em pensamento seu,
O raciocínio era dele,
O versado é meu,
É também um dom,
Que Deus do céu me deu.
A vaca come capim,
Ela a gente mata,
O capim é a grama,
Onde pastava a vaca,
Do couro faz a bola,
Aí Cardoso ataca.
“Na minha concepção,
Entendo a minha maneira,
Para muitos jogadores,
Deixar de fazer besteira,
A bola tem que correr,
Na Grama junta rasteira.
Tostão pratica s tese,
Defendia a filosofia,
E nesse diapazão,
Tinha passes de magia,
A teoria em ação
Com a sua maestria.
A bola com certeza,
Nom domínio seu,
E passes de rareza,
Passando-a Dirceu,
Tramas de beleza,
Sempre o goal nasceu.
Cada lançamento medido,
Só botar a bola lá,
Com Tostão em campo,
Qual placar será?
Até nos difíceis rebotes,
Tostão na área está.
Contra os inglês, meu Deus!
Com Três na marcação,
Nem sei descrever.
As jogadas de Tostão,
E passando para Pelé,
E Pelé ao furacão.
No campo era matemático,
Sabia quando vem como vai,
Já cada passe legal,
Da minha mente não sai,
Aquele a Clodo de bandeija,
Com o excrete do Uruguai.
Tostão no gramado faz de tudo,
Até mesmo rompedor,
Ponta de lança raçudo,
Ou técnico sim senhor,
Sabe atacar e defender,
As vezes até armador,
Em 70 jogos invictos,
Proeza do estrelado,
Tetra e penta sem perder,
E muito valorizado.
Eduardo Gonsalves Andrade,
Tudo isso tem causado.
Pela camisa que veste.
Luta com muito fervor,
Muitas vezes deixa o campo,
Com ela pingado suor,
E pelo o seu clube,
Luta com muito amor.
O poderoso Santos, E C.
Ele o enfrenta sem medo,
E para tentar vencê_lo,
Não fez nenhum segredo,
E o Rei Branco vence,
O poderoso Rei Negro.
Tostão decide partidas,
Como que num estalo,
E a defesa adversária,
Empreende grande trabalho,
Ele foi sempre um demônio
Na vida interna do galo.
O Tostão no Cruzeiro,
Muitas alegrias ele fez.
É era carnaval na torcida.
Um! ...Dois!... Três!...
A massa azul gritando.
O galo é o nosso freguês.
Mais um!... mais um!...
Um!... dois!... três!...
ViILA não dá pressão,
UBERLÂNDIA leva seis,
INDEPENDENTE leva dez,
COELHO nosso freguês.
Fera Tostão e comitiva,
Com o Príncipe Dirceu,
Capitão Wilson Piazza,
Na batalha que se deu,
O GALO pediu tréguoa,
O COELHO se rendeu.
A qualquer instante,
Tostão pode marcar,
Naquele sagrado momento,
A rede a se balançar,
Tostão será sempre,
O virador de placar.
A bola corre mansinha,
Pelo gramado rastira,
É nos pés de Tostão,
Ela não dá bobeira,
Na voz de Edson Rodrigues,
Logo “Balança a Roseira.”
O Tostão é para sempre,
A goleiros um tormento,
Ficam loucos para esgotar,
O danado do tempo,
Porque se não o Jota Junior
Manda “Buscar lá dentro.”
Artilheiro em Minas,
Já é coisa corriqueira,
Os pobres arqueiros,
Com Tostão vira peneiroa,
Para descrever tantos gols,
Não sei de que maneira.
Artilheiro do Estado,
Também no Nacional,
Em matéria de gols,
Ele não tem rival,
Nas eliminatórias virou.
Artilheiro mundial.
Tostão comanda o Cruzeiro,
Em goleadas sensacionais,
E lá na Federação Mineira,
Registrada em seus anais,
De um até um a dez gols,
No Estádio Minas Gerais,
As peruadas do Didi,
Eram bons pra Chuchu,
Mas Tostão depenou-os,
Foi um tremendo menu,
Com dois lindos petardos,
Despachou o Peru.
Faz gols de todo jeito,
Individual ou trabalhado,
De letra ou cabeçada,
De frente ou de lado,
De falta ou penal
E um bonito deitado.
Gols fora da área,
Que dá até calafrio
Gol aos segundos,
Ele fez um belo no Rio,
Gols clássicos e espíritas,
Um até de corrupio.
Tostão por ter nascido,
Por Estado desprotegido,
Pois respeito a CBD,
Minas não era merecido,
E Rio e o São Paulo.
E nossos craques escondidos.
Mas tudo foi evoluindo,
Em progresso a Nação,
Minas foi aparecendo,
E surgiu o Mineirão,
Com ele surgiu um craque,
O nosso craque Tostão.
No ano de 1966,
Pela CBD convocado,
Com seu belo futebol,
Para o selecionado.
Mas naquele triste ano,
Tudo saiu errado.
Se o Tostão não foi bem,
Também não foi o pior,
Nem mesmo o Rei Pelé,
Conseguiu ser o melhor,
Tostão mesmo suplente,
Fez-lhe balançar o filó.
O otimismo de 66,
Enterrou o Brasil,
Cegos como o Leônidas,
Não viram o céu de anil,
E a mentalidade do Lula.
Não viram um varonil.
Tostão estava no banco,
Com um canhão no pé,
Técnico e destemido,
Um gênio cheio de fé,
E seria a solução,
Ao lado do Rei Pelé.
No ano de 1967,
No Rio Branco agradou,
Com seu belo futebol,
A todos ele encantou,
Para a sua felicidade,
Campeão se sagrou.
Numa excursão em 1968,
Novamente convocado,
Com a ausência de Pelé,
Era o único Rei da gramado,
E voltou como artilheiro,
Pois sete tinha marcado.
Num jogo com a Fifa
Na reserva Tostão estava,
Em 6 do 9 de 68,
O Brasil Rivelino marcava,
A Fifa empata o jogo,
E Tostão desempatava.
17 do 12 de 68,
Tostão na regra três,
Foi contra a Inglaterra,
Aimoré deu-lha a vez,
E na ponta esquerda,
Proezas ele fez.
Ele foi por Rio E São Paulo,
Por alguns perseguidos,
Porém com muita moral,
Com classe e destemido,
No campo deu a resposta,
A comentarista atrevido,
Leóndas da Silva
Num comentário seu,
Saldanha é um cego,
Se não for ele, sou eu,
E Tostão não entra
Em nenhum escrete meu,
O treinador Lula,
Um técnico fracassado,
Disse que o nosso Tostão,
Não devia ser escalado,
E que Saldanha errou,
Em tê-lo convocado.
Mas sempre marcava o seu,
Isso virou tabu.
Certa vez no Maracanã,
Num tremendo sururu.
Tostão comanda reação
Com o excrete do Peru.
Ai foi se firmando,
Com seu futebol marcante,
Depois do grande Pelé,
O mais famoso atacante,
Num jogo com os ingleses,
Ele sacudiu o barbante.
Nas eliminatórias,
Surgiu a consagração,
Em todas grandes jogadas.
Só dava Pelé e Tostão,
Os narradores engasgavam,
Ao fazer a narração.
E o show começou,
Lá em Bogotá,
A torcida brasileira,
Cantando olé ola,
E o nosso Tostão,
Botando pra quebrá.
Lá em Caracas,
Com a Venezuela,
Novamente em campo,
A 9 camisa amarela,
E Tostão mete três,
Sem fazer muita esparrela.
Lá no Paraguai,
Tostão faz proeza,
E seus marcadores,
Ele não deu moleza.
Não fez nenhum gol,
Mas avacalhou a defesa.
Fim da primeira Parte.
Sô Lalá.