NA MINHA INFÂNCIA LEI DA PALMADA NÃO TINHA
No meu tempo de criança
E também de adolescente
Nosso País era outro
E bastante diferente
Não tinha lei da palmada
Éramos mais obedientes
Nossa mãe não precisava
De conselho tutelar
Para passar suas ordens
Ensinamentos nos dar
Pois os pais tinham poder
Para os filhos educar
Porque não se precisava
De conselhos da OAB
Também essa tal Supremo
Não tinha tanto poder
E não decidia quem
Mulher ou homem podia ser
Na época que mulher
Não era Pablo Vitar
Quando se ia pra escola
Sem ter merenda escolar,
Também não tinha transporte
Pra nos levar e buscar
Não se pedia pra soltar
Preso que foi condenado.
Quando outro João de Deus
Era no mundo aclamado.
E não um estuprador
Por habaes corpus liberado.
Quando era comemorado
O pouso do homem na lua
Quando nós tranquilamente
Podíamos sair nas ruas.
As mulheres vestiam longo
Não mostravam a bunda nua.
Quando não havia drogas
Corrompendo a juventude.
Os pais educavam filhos
E toda sua amplitude
Não eram repreendidos
Por atos e atitudes.
E legítima defesa
Era pra pessoas de bem
Não se protegia bandido
Era feio dar o sedém.
Porém se o sujeito dava
Não dizia pra ninguém.
Quando havia transplante
Somente do coração
E não tinha essa moda
De mulher botar colhão
Nem homem botar silicone
Pra ter aquele bundão
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, AGOSTO/2019