Morte e vida no sertão
Me escute caros ouvintes
A explosão vai apresentar
A história desse cabra
Que atenção vai lhe chamar
Morte e vide de um homem
Que sofre no seu lugar.
Severino é seu nome
Um cabra trabalhador
Sertanejo de família
Que honra o seu valor
Fez de tudo que podia
Para não viver a dor.
A dor foi inevitável
A seca chega no sertão
Trazendo tudo de ruim
Deixando ele sem chão
Fez água faltar alí
Para a sorte do Cristão.
O período foi severo
E chegou pra maltratar
Uma gota só de chuva
O sertão não pode ganhar
Mas seus olhos lagrimejam
E a terra pode molhar.
Passando por situação
Difícil e delicada
Pensa numa solução
Pra aliviar a pancada
Desistir de tudo aquilo
Até a morte foi pensada.
Durante sua jornada
No sertão tem a fome
A miséria é a mãe
E tudo ela consome
E a morte jamais vista
A tudo dá o seu nome.
Severino não conhecia
Essa dura realidade
Chegou e bateu de frente
Tirando a felicidade
A seca vem pro sertão
Carregada de maldade.
No meio de tudo isso
Restou a sua esperança
E sair desse sufoco
E não ter nem a lembrança
Esperando que um dia
A chuva traga mudança.
Além da expectativa
Esperança e sua mulher
Seu amor de toda vida
Enfrentava o que vier
Esse amor é completo
De coragem, força e fé.
Casado com esperança
E do fruto desse afeto
Chega seu único filho
O Severino neto
Apesar da grande seca
Viveu no seio correto.
Severino foi forte
Viveu com intensidade
Lutou contra a seca
Foi homem de verdade
Longe da cidade grande
Dentro da simplicidade.
Severino tem certeza
Que forte é sua missão
Constitui sua família
Com afeto e afeição
Eles vivem numa saga
Morte e vida no sertão.
Buíque-PE, 01.05.2019