CORDEL – Mote – Pelo avanço da novela - O sexo ficou banal – 24.04.2019 (PRL)
 
 
CORDEL – Mote – Pelo avanço da novela - O sexo ficou banal – 24.04.2019 (PRL)
 
 
(01)
Nos tempos de antigamente
O namoro era direito
O respeito permanente
Valorizava o sujeito
Não tinha muita balela
Só mesmo um cheiro normal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(02)
Pegar na mão era avanço
Mas relar nunca jamais
Repito aqui não me canso
Bem na frente dos papais
Respeitando à cinderela
Tão bela e tão jovial
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(03)
Namorar no meio da rua
O povo não aceitava
A verdade nua e crua
Era que só criticava
E jamais amassadela
Pois era bem anormal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(04)
Conversa só no portão
Na frente de todo mundo
Não podia beijar não
Nem respirar tão profundo
Tudo feito com cautela
Sempre presente o moral
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(05)
Ir pro cinema sozinhos
Um horror não se podia
Não se faziam beicinhos
Por vezes ela queria
O preço uma bagatela
Promoção especial
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(06)
Hoje muito lastimamos
Começa logo de tarde
E quando a TV ligamos
Vemos logo grande alarde
A mulher que sempre bela
Acha tudo natural
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(07)
E as crianças assistindo
A censura não existe
Mas o Brasil decaindo
O povo ficando triste
E tudo claro na tela
Mas é lindo e colossal
Pelo avanço de novela
O sexo ficou banal
(08)
Mas também na internet
Todo filme pra valer
Tem até mesmo boquete
De graça pra quem quer ver
Que não caia na esparrela
Se prevenir afinal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(09)
Até mesmo nos veículos
Isso virou brincadeira
Quem sabe até no triciclo
Veremos a lambuzeira
Mesmo dentro da capela
Que fará qualquer casal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(10)
As tramas são repetidas
Furto, vileza e ladrão
E as histórias seguidas
Nada de novo sei não
É não cair na esparrela
O que dizer, afinal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(11)
Os artistas se revezam
São mulheres fabulosas
Para todas que se prezam
Daqui mando um mar de rosas
Cada qual sua querela
Usando seu pedestal
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(12)
A coisa então piorou
Começa logo à tardinha
É que a rede se engajou
E manda nas novelinhas
Os enredos em cartela
No meio um comercial
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(13)
Filha namora com pai
Esse gostando da tia
E naquele vai não vai
A coisa fica vazia
É um tal de mela, mela,
Nunca se viu coisa igual
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(14)
E lá pras tantas também
A coisa vai engrossando
Só não fazem o neném
No fundo estão enrolando
No portão ou na pinguela
Vai até mesmo no oral
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
(15)
Daqui já não mais aguento
Vejo tudo com pavor
Ficando com meu lamento
De ver tamanho esplendor
Pois até virou mazela
Mesmo em pleno carnaval
Pelo avanço da novela
O sexo ficou banal
 
SilvaGusmão

Fonte - PEN-DRIVE do autor.
Foto: GOOGLE
INTERAÇÕES


Recanto das Letras13:24 (há 2 minutos)


para eu

18/06/19 13:24 - Mariana Mendes

Que beleza, mestre. Um dia faço cordel assim, rs. Lendo e aprendendo
com você. Abraço! 

Camisinha era camisa
Que se guardava no armário
 Hoje a mamãe avisa
É um item necessário 
Pois até moça donzela
 Já tem relação carnal
Pelo avanço da novela 
O sexo ficou banal

Excelente estrofe cara Mari...muito agradecemos...sandragus p/ansilgus,

19/06/2019 17:54 - Francisco Luiz Mendes:

Olá,amigo poeta pernambucano Ansilgus.Supimpa o Cordel,gostei por demais,admirado.Desejo-lhe ótima recuperação,abraço cordial,paz e luz.

Esse mundo está mudado
Hoje tudo é permitido
Outrora o namorado
Nem pegava no vestido
De sua linda gazela
Aliás,era imoral
Pelo o avanço da novela
O sexo virou banal.
...Inté.

Muito grato cordelista Chico...nosso abraço fraterno.

01/07/2019 10:46 - Jacó Filho:

Assistimos estarrecidos,
Cenas quase pornográficas,
Entre jovens entretidos,
Com essa coisa fantástica,
Que vemos em muitas telas,
Querendo fazer igual...
Pelo avanço das novelas
O sexo ficou banal

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

Muito grato nobre poeta...nosso abraço.

 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 18/06/2019
Reeditado em 01/07/2019
Código do texto: T6675941
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.