GRATO /

GRATO

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=01/junho/2019)

O fardo que hoje carrego

é pesado, reconheço,

mas minhas culpas não nego,

é a carga que mereço,

pois, tudo que aqui fazemos,

mesmo até se esquecemos,

vamos pagar, tem um preço!

A vida é dada por Deus,

arbítrio de liberdade;

sei que nos caminhos meus

transitei na vaidade,

porém, ao credo coeso,

sei que o pai não dá o peso

além da capacidade.

O mundo aparenta belo,

as vistas assim o ver;

mas não é nada singelo,

há convites ao sofrer

que sem pensar abraçamos,

depois, então, reclamamos

no tardio arrepender.

Arrependimento é tarde,

quando chega é atrazado;

melhor, sem fazer alarde,

é evitar o pecado,

ter com o pai convivência

rendendo-lhe obediência,

ser um filho abençoado!

Quando jovens, não pensamos,

damos passo além da perna;

hoje, velhos, convenhamos,

até fizemos baderna;

não sei se valeu, ou não,

resta buscar o perdão

e esperar vida eterna!

Envelheci, não reclamo,

mesmo quando dou tropeço,

pelo contrário, a Deus clamo!

é o refúgio que conheço;

sei que um dia vou morrer,

porém, enquanto eu viver,

por tudo a Deus agradeço!