O Burro do Hortelão

Um pobre agricultor

Decide fazer uma horta,

Como grande trabalhador

Ele nem se importa

Com dificuldades ou fadiga,

Faz da terra sua amiga

E ervas danosas ele corta.

Trabalha durante o dia

Sem se incomodar com o sol,

Terminar é sua alegria,

Por isso dispensa guarda-sol,

Tritura o solo com a enxada

Até sua mão ficar inchada,

Depois se joga sobre o lençol.

Quando se põe a repousar,

Enfim, depois do batente

Seu corpo está a descansar,

Satisfeito e bem contente

Pela obra que foi concluída,

Fazendo que sua dura lida

Lhe traga um fruto decente.

Porém a noite se faz ingrata,

Quando seu burro travesso,

Na horta mete suas patas

E joga seu enorme peso

Destruindo toda plantação,

Deixando rastro de destruição,

Revelando muito desprezo.

No dia que logo desponta,

O hortelão quase morre

Ao ver o que lhe apronta

Aquele que lhe socorre,

Prestando bons serviços,

Nunca lhe fazendo enguiço

Mas agora lhe dando porre.

Mas a culpa tem um dono,

Não é do pequeno jumento

E sim do adulto colono

Que descuidou o empreendimento

Deixando suas sementes

Sem uma proteção pertinente,

Faltando-lhe discernimento.

Esse homem fez igual

Naquele dia e seguinte,

Descuidando do animal

Que repetiu o acinte

Deitando sobre o canteiro,

Não deixando nada inteiro,

Preste atenção, querido ouvinte.

Esta fábula tem uma moral,

Não adianta muito trabalhar

Como se não houvesse mal,

Até da segurança descuidar,

De nenhuma prudência se prover

Como se nada pudesse acontecer

E simplesmente deixar rolar.

Nós podemos aprender

Com esta história fabulosa,

Que nunca pode haver

A atitude inescrupulosa,

Nenhum minuto sequer,

Pois todo trabalho que fizer

Requer uma atenção zelosa.

Baseado na fábula de Esopo