À sopa da discórdia

À sopa da discórdia

Vou te contar uma história

Que aconteceu nas bandas do meu sertão

Essa prosa é bem engraçada

Quase anedota que se passou com Tião

O cabra era caixeiro viajante

Vendia e comprava coisas

Mais não era mercador ambulante

Na verdade era pomposo o moço

E numa viagem seus olhos brilharam feito diamante

O moço virá à flor mais bela do sertão

Uma mistura de índia com sereia

Coisa tão linda que roubou seu coração

Era tão Formosa que logo o cabra se ajeitou todo

Mãos no cabelo barba até calça levou um puxão

Aquela flor era nascida e criada pelas bandas do rancho Maria Bonita

Tião soltou à prosa foi tanta cuíuda e anedota

Logo pra filar à boia o moço se convida

À moça arrumou à mesa com sua melhor guarnição

Serviu à sopa com pão na melhor louça

Ela só não sabia que o tinhoso comia feito um leão

Tomou prato por prato de sopa e intercalado com pão

O danado do moço assombrou à todos quando esticou os olhos no caldeirão

Foi tanto assombro no povo que logo falaram ele devora mais que à seca no sertão

Fora tanta falta de modos do moço que perdeu um futuro casório

Com à índia sereia mais linda do sertão

Muita gente não vai crer nessa pantomima

Mais qualquer dúvida vai lá pras bandas do rancho Maria Bonita

E pergunta pela sopa da discórdia

Que apavorou o povo na comilança do tal do Tião

O danado tomou toda sopa comeu o pão

Só não se deu conta que perdeu à flor mais bela do sertão

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 16/05/2019
Código do texto: T6649080
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