A QUEDA DA BASTILHA.

Tava o Rei Luiz dezesseis

Com Maria Antonieta

Quase chegando em Paris

Montados numa lambreta

Foi quando o rei percebeu

Tinha furado o pneu

Desceu então pra trocá

Antonieta afoita

Se aninhou atrás da moita

E disse ao rei; "Vô mijá!"

Nisso passou um sargento

Já quase de tardesinha

Olhando meio de banda

Para as coxas da rainha

Ela piscou pro soldado

Enquanto o rei agachado

Gritava: “não me incomoda!”

Enquanto crescia a gaia

A rainha erguia a saia

E o corno trocando a roda!

Consertado o pneu

Subiram então na lambreta

Luiz passou o volante

Pra Maria Antonieta

O rei na maior fissura

Agarrado na cintura

Pensava no namorado

Um tal de Migué Inácio

Que ficou lá no palácio

E o rei enciumado!

Chegaram então no cinema

A sala já quase cheia

O rei arrumando briga

Só queria pagar meia

O bilheteiro extressado

Puxou o corno prum lado

E rezou a ladainha:

“Saiba vossa majestade

Que pra pagar só metade

Só mostrando a carteirinha!”

Antonieta com sede

Pediu pro corno uma coca

O rei disse: “meu dinheiro

Só, dá pra comprar pipoca”

Ali mesmo a rapariga

Rodou a saia e deu briga

E em Luiz caiu de pau

Foi o maior bafafá

Pra conseguirem apartar

Chamaram a guarda real!

Antonieta, a pirua

Já queria dar no pé

“Me leva já, corno manso

Pro palácio versalé”

O rei que estava mijando

Ouviu o povo gritando

Enquanto fecha a braguilha

O porteiro lhe falava

Que enquanto ele mijava

Tinha caído a Bastilha!