OS DISCURSOS DAS MENTES “SÃS”?
 
Desculpe eu te perturbar
Meu caro leitor amigo
Para falar de um assunto
Indigesto e muito ambíguo
Por favor, desarme o ódio
Bata esse papo comigo.
 
Vou tomar por referência
Os discursos na História
Dos grandes homens do mundo
Governantes de outrora
Fazendo comparações
Com o que se passa agora.
 
Desde os tempos mais longínquos
Os discursos de poder
Tem tornado o homem “cego”
Fecha os olhos ao que ver
Não se importa com seu próximo
Nem se o outro vai sofrer.
 
Matavam em nome de um “deus”
Todos que não concordassem
Com os seus próprios conceitos
E mesmo que se apiedassem
Morriam como exemplo
Para os outros que ficassem.
 
Pensando assim fez Moisés
Aos que ao bezerro adorou
Por pura coincidência
A Arão ele poupou
O primeiro “nepotismo”
Que a História registrou?
 
Seguindo a linha do tempo
O grande dominador
Alexandre, dito o Grande
Tornou-se grande senhor
Conquistando “todo” mundo
Que alguém jamais dominou.
 
As grandes dominações
Foram dado a ferro e fogo
Quanto mais armas mais forte
E assim se dava o jogo
Quem vencia dava as cartas
E o vencido fazia rogo.
 
E quando não era morto
Se tornava mero escravo
Servindo aos vencedores
E tratado como ignavo
Se fizesse algo “errado”
Seu corpo era surrado.
 
E essas práticas saíam
Vinda dos nobres discursos
Daqueles que dominavam
Senhores absolutos
Deixando seus dominados
Sempre triste e de lutos.
 
Os romanos foram mestres
Na arte da dominação
Antes deles vieram os gregos
Com a espada na mão
Faziam grandes desgraças
Enorme destruição.
 
Com o discurso a Europa
No fim do medieval
Criou os grandes monarcas
Com poder descomunal
Tinham até “poder de cura”
O próprio “deus”, afinal?
 
A Revolução francesa
Deu o fim à Monarquia
A burguesia assume
O poder da covardia
Pouca coisa foi mudada
Para a população que servia.
 
As armas, o carro chefe
Principal peça do jogo
A espada deu lugar
À temida arma de fogo
A morte ficou mais rápida
  Diminuiu o diálogo.
 
Cresceu o capitalismo
A ciência floresceu
O homem “civilizado”
Aos poucos apareceu
Mas não se enganem, amigos
Com esse povo europeu.
 
Lembremos o que a História
Tem para nos dizer
Para o florescer da Europa
E assegurar o poder
África, Ásia e América
Tiveram que padecer.
 
O que dizer da mãe África
Usurpada, destruída
De onde surgiram os humanos
Tantas nações sucumbida
E assim o europeu
Desfrutou de uma nova vida.
 
Foi uma grande corrida
Em todo o século dezenove
Cada um com sua ideia
Baseada no revólver
Diziam eles, mais armas
Pois é assim que resolve.
 
Instaurou-se as “diferenças”
Criaram o nacionalismo
Inventaram essa desgraça
Conhecido por racismo
Preconceito uns com os outros
E o tal xenofobismo.
 
No final do dezenove
A corrida armamentista
A ciência deu as cartas
Era a “senhora” da pista
Os homens tão racionais
Cegaram as próprias vistas.
 
A Europa se armou
Estados Unidos também
Armaram os seus amigos
Isso não ia acabar bem
Os inimigos diziam
Se for armas aqui tem.
 
Os discursos acirraram
O ódio assumiu a cena
Todos queriam as armas
Cuspindo fogo sem pena
Eliminando inimigos
E depois rezar novena.
 
E assim deu-se a Primeira
Grande Guerra Mundial
Quatro anos de conflitos
Destruição descomunal
Milhões de vidas ceifadas
E uma dor sem igual.
 
Todos diziam, aprendemos
Depois que passou a Guerra
Mas parece que a lição
Foi sucumbido na terra
O crescimento do ódio
Deixam as pessoas cegas.
 
O fascismo e o nazismo
Surgiram a todo vapor
A guerra era iminente
Novo circo de terror
Armamentos mais pesados
Iam causar muita dor.
 
Assim o capitalismo
Mais uma vez destruiu
No discurso de crescimento
Armou os homens de brio
Ou seriam debiloide
Nos triste corações frios?

Depois que a Guerra acabou
Veio a reestruturação
Porém surgiu novo “golpe”
Uma nova divisão
Dividindo o mundo em dois
Ô babaquice do cão.
 
De um lado a idiotice
De um tal capitalismo
Do outro lado a loucura
Do cruel socialismo
Grandes discursos dos líderes
E ao povo esnobismo.
 
Milhões de morte de um lado
Milhões de mortes do outro
Não importa o sistema
O homem deve tá louco
Socialismo ou capitalismo
Mataram e não foi pouco.
 
O pior de tudo isso
É ver que não acabou
As mesma ideias de outrora
Novamente levantou
Os homens não aprenderam
O que de fato é amor.
 
Vejo o ódio destilado
No momento atual
O mundo todo se arma
Dizendo que é normal
Todo mundo andar armado
Resolvendo todo mal.
 
A coisa está tão difícil
Essa falta de amor
O ódio ressurge com força
Será que o homem cegou?
Amigos, leiam a História
Não repitam, por favor.
 
Se tiver que repetir
Que seja o que deu certo
Não vamos criar problemas
Criemos sim, mais afeto
Desarmemos nosso ódio
Mantemos o peito aberto.
 
Não deixemos que os discursos
Dessas mente ditas “sãs”
Acabe com a nossa vida
E também com o amanhã
Que as futuras gerações
Não sofra com a tal maçã.
 
Deixo aqui o meu abraço
A quem leu até o fim
Desculpem meus pensamentos
Eu sei que são bem ruins
A quem quer uma escopeta
Minhas armas são as letra
Guerra não ficou pra mim.
 
JOEL MARINHO