Zé Limeirices
eu conheci Zé Limeira
nos vérso de Zé Roberto
inscrito num pergamim
incontrado no diserto
lá no sertão da judéia
em um pote de geléia
de mocotó de preá
na companhia de Elias
de oito virgens judias
comecei a recitá:
o meu nome é Zé Limeira
de lima, limão, limança
quem come pipoca em festa
não há de encher a pança
as estradas de São Bento
de carroça de jumento
não tem quem possa passar
só porque a velha França
de atirar não se cansa
mandou três bomba pra lá.
ninguém faça pontaria
com espingarda de talo
de taquara ou de bambu
senão num vai dá estalo
comprei dezoito estante
um machado e um hidrante
botei quatro livro lá
da historia do cangaço
liderada por picasso
e bizouro mangangá
Ze limeira quando canta
carimbó, zumba e merengue
balança o tampo do quengo
mata o mosquito da dengue
as corda da sua viola
é remendada com cola
de tripa de guaiamum
por isso o som sai perfeito
pois o corpo dela é feito
da banda de um jerimum
obrigado Zé Roberto
do Condado de Mauá
não sei se fica no meio
se é na ponta de lá
daqui pra 2030
tendo caneta na tinta
pra descobrir eu pelejo
Dê lembrança à sua avó
a Salomão e a Jó
que faz tempo que eu não vejo.