NÃO QUEIRA SER O DEFUNTO MAIS RICO DO CEMITÉRIO
Só temos uma certeza
Que vamos morrer um dia
Isso não é bruxaria
Não importa sua riqueza
Muito menos sua beleza
E nem seus despautérios
Ou se era um homem sério
Um dia serás um presunto
Não queira ser o defunto
Mais rico do cemitério.
Desfrute sempre da vida
Dela o quê há de melhor
Pois um dia estarás só
Na tua última guarida
Não levarás nem comida
E também não há critério
Se tens ou não um império
Na morte estamos juntos
Não queira ser o defunto
Mais rico do cemitério.
Para que tanto dinheiro,
Desespero por poder,
Sem pensar em quem vai doer
Se nosso fim derradeiro
É num pedaço de terreiro
Sem ter qualquer refrigério
Nesse ou noutro hemisfério
Na cidade dos pés juntos
Não queira ser o defunto
Mais rico do cemitério.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, MAIO/2019