O MAIOR MENTIROSO PARTE II
Ele estava muito triste
Assim falou sem animação
Por cometer um crime
Sem a sua concepção
Pois com um único tiro
Matou seu cachorro de estimação
O cachorro Espoleta
Assim ele se chamava
Era mais rápido que um raio
Com ele ninguém brincava
Não tinha bicho no mundo
Que ele não pegava .
Numa certa noite escura
Saíram os dois para caçar
Zé Chaves e o Espoleta
Cada um com seu pensar
Um querendo agradar a família
O outro ao dono agradar .
Quando chegaram na mata
Ficaram logo de espreita
Um mais para cima
O outro mais para direita
Fique com os olhos bem abertos
Dizia o Zé para o Espoleta .
Quando a moita se mexeu
O Zé a espingarda armou
O cachorro ficou esperto
E ele parou bicho mirou
Quando a caça saiu correndo
Apertou o gatilho e atirou .
Ao pegar a caça
Não entendeu a situação
Pois atirara só num bicho
E tinham dois no chão
Resolveu levar tudo
Para achar uma explicação .
Logo que o dia amanheceu
Viu que é um bicho era um veado
Quando olhou para o outro
Ficou completamente chocado
Pois era o Espoleta
Que estava ali do lado .
Pensativo , começou a refletir
Foi então que ele se lembrou
Que o cachorro correu
Assim que ele atirou
O Espoleta pegou a caça
Mas a bala também me pegou .
O Nem do Catingueira
Contou a sua na medida
No dia em que chegou em casa
E teve a maior raiva da vida
Ao olhar no fundo das panelas
E não encontrar nada de comida .
A raiva tomou conta da cabeça
Lhe deu vontade até de morrer
Ao estar com tanta fome
E não ter nada para comer
Então olhou para cozinha
E resolveu ele mesmo fazer .
Rapidamente correu para o armário
E pegou uma panela de pressão
Pois sete cachos de banana coruda
E dez quilos de feijão
Conzinhou tudo de uma vez só
E comeu como sua refeição .
O Stênio da Silvania
Levantou de onde estava sentado
Segurou bem o microfone
E deu o seu recado
Falou de uma espiga de milho
Que seu sogro trouxe do roçado .
Chamou toda a vizinhança
Até o mais distante
Para ver a tal espiga
Aquele legume impressionante
Todos saíram admirados
Com aquele milho gigante .
A notícia se espalhou rápido
Por toda a cidade de Redenção
Ele teve que contratar uma pessoa
Só para fazer a recepção
Pois todos queriam tirar uma foto
Para guardar como recordação .
Já passava do meio-dia
E tinha gente fazendo alvoroço
A Silvania partiu só um grau
E lhes serviu como almoço
Pois eram vinte quilos
Que pesava cada caroço .
Aqui do pé da Serra
Veio um cara invocado
Negão do Quelemente
Assim ele é chamado
Disse logo que veio para ganhar
E que não aceitava outro resultado .
Ele falou de um pássaro
Que ganhou de sua tia
Assim que viu o bicho
Pensou que não se criaria
Pois além de ser muito novo
Ele também não comia .
Mas com paciência e cuidado
E bastante doses de carinho
A ave foi se desenvolvendo
Transformando-se em um belo passarinho
Dava até gosto de ver
A beleza daquele bichinho .
O seu pássaro que cresceu
E virou uma grande atração
Além de cantar muito bem
A ave também fazia composição
E não satisfeita com isso
Agora aprendeu a tocar violão .
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