OS MEUS SONHOS COLORIDOS NA REAL SÃO EMBAÇADOS

Demandas do meu sentir

Me enchem de esperanças

Desde os tempos de criança

Que tenho sido iludido

Eu me sinto preterido

Porem nunca arrasado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Quando a vejo caminhando

Com um belo par de quadril

Os meus olhos sentem o brio

Das tuas lindas silhuetas

Dentro dum lindo vestido

Me sinto sempre um tarado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Eu me ponho na janela

Para te ver nesta rua

Mas nunca a vejo nua

E me pega a imaginar

Se pudesse a conduzir

Para o meu leito perfumado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Quando as vezes tu me olha

Não consigo te encarar

Porque sei que vou chorar

Por tamanha emoção

Se eu fosse mais atrevido

Eu já teria te beijado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Quando a vida nos engana

Nos castra as satisfações

Remetendo aos porões

Dos desenganos letais

Então seremos fingidos

Na vida um derrotado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Não te dei o que não tenho

Tu me fizestes promessas

Não moí em teu engenho

A minha cana complexa

Já me sinto arrependido

Por ter te desperdiçado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Quando um dia me despir

Desta paixão sacerdote

Deixo contigo meus dotes

Te cedo minha virgindade

Desejo as tuas virílhas

Por toda a eternidade

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Tu te deu para quem quis

Eu me pus a lamentar-me

Não te vejo meretriz

Nem me sinto derrotado

Pois sou cagado e cuspido

Um poço da castidade

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Quando pensares em mim

Não devotes piedade

Me poupe das saudades

Que sentistes no teu eu

Quando passamos na vida

Sejamos auto didatas

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

Logo mais meu fogo apaga

Sem tocar em tuas chamas

Não dividimos a cama

Que nos fariam em um só

Um no outro possuído

Meu corpo em ti penetrado

Os meus sonhos coloridos

Na real são embaçados.

PUBLICADO NO FACE EM, 13/04/2019

LUSO POEMAS, 13/04/2019