APELO

Por Gecilio Souza

Sem os truques da lorota

Com lágrimas por trás do riso

Baterei em sua porta

Sempre que me for preciso

Não sou nenhum vida torta

Aspirando um paraíso

Do fundo da alma brota

O pedido que tanto friso

No caminho há muita grota

Trajeto comprido e liso

Às vezes me dá cambota

O duro solo em que piso

E não force a minha volta

Já ando meio indeciso

Um apelo não é chacota

Por ser feito de improviso

Somente uma alma morta

Ou encantada por Narciso

Me sonegaria uma cota

Do que não é indiviso

Uma fruta da sua horta

Quero coração e guiso

Não festeje a minha derrota

O meu pedido repriso

A consciência lhe exorta

Enquanto insisto no biso

Até o cantar da gaivota

Reproduz o meu aviso

O código da vida anota

No seu primeiro inciso

Se inclua na minha rota

Meu cabelo já está griso

Altere este mundo idiota

Me dê um retorno conciso!

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 04/04/2019
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