A FORMAÇÃO DO MAESTRO RAPOSO cap 5

O dia já decaía

Quando na praia encontrou

Um velho sentado à sombra

Logo o bigode mostrou

De chinelo e calção

Com um violão na mão

E ares de professor

Aproximou-se do homem

E já foi se desculpando

O senhor que me perdoe

Por estar lhe aperriando

Mas vendo esse violão

Já pensei de antemão

No senhor me ensinando

O homem lhe disse eu não

A natureza é quem ensina

Não tá vendo esse coqueiro

E esse mar como piscina

O vento tá calmo e bom

Marina passa batom

E a gente canta e combina

A vela daquele barco

Pode até causar tensão

Como uma dominante

Pronuncia na canção

Areia, coqueiro e sol

Alumia igual farol

Conduzindo a embarcação

Depois dum bom proseado

O Raposo agradeceu

Numa canção da partida

A despedida se deu

Já estava sentindo frio

Mas um rapaz lhe sorriu

E aquele abraço lhe deu

Falava de refazenda

Cantava vocalizando

Misturava xote e reggae

Ora tocando ou dançando

Realce contagiou

E com outro professor

Ele acabou encontrando

Era na estrada ou no mar

De trem, carro ou a cavalo

De carroça ou a pé

Bicicleta ou dromedário

Por onde ele passava

Pra plateia ele treinava

O que tinham lhe ensinado

Quando o Raposo então

Consegui chegar ao Rio

Procurou logo saber

Que saga lhe atingiu

encontrou o taperoense

Por mais difícil que pense

Não acreditou no que viu

O cabra tava letrado

De gravata e paletó

Com alpargatas nos pés

Que precisava ver só

Cabelo encaracolado

A caminho do senado

Só pensava no melhor

Conseguiu uma conversa

Explicou sua destreza

O moço lhe atendeu

Com toda delicadeza

Apertando sua mão

Falando de violão

E de toda natureza

Continua...