Diário

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A manhã toda de chuva

Das 8 e meia pra lá

Indera 11 e as biqueira

Continuava a mijá

As águas que Deus do céu

Resolveu pra nós mandá.

O aguaceiro na terra

Faz a vista incandiá

Estrada virando grota

Muitas água a rolá

E os riacho tudim

Começano a transbordá.

De tarde nem teve aula

Adonde tô a insiná.

Os carro da mininada

Num conseguiro rodá

Pur causa do aguaceiro

Que fez da terra o mar.

Agora eu tava drumino

Grudado cum meu amô

Purquê um friim tão bom

Convida o cubertô

Se arreganhá sobre nóis

Pra onde fazê calô.

Daí escuto os istrondo

Do truvão a truvejá

Parece que esta noite

Vai ser de água rolá

Banhando nosso São Bento

E todo meu siará.

Aí num dá pra drumi

Cum essa zuada danada

Da chuva que tá chegano

Inda sem sê madrugada

O ribombá do truvão

É uma canção animada.

Dizia o meu avô

Que a força do inverno é

Do dia 20 de março

Depois de ser São José

Até o 20 de abril

Das maió chuva que dé.

Eu digo e já tô pensando

Cuma será o aguaceiro

No coração do inverno

Se agora os tabuleiro

Já tão tudo impanzinado

E nas pedra já tem lameiro.

Os rio tão tudo aí

Vai dá ua cheia danada.

Também os açudaral

Vai ter as água sangrada

Purque Jesus quando manda

Nem mede, nem pesa nada.

Agora vô vê se drumo

Na cantiga do truvão

Debaxo do cobertô

Sentir aquela emoção

De ouvir as teia cantá

Ua bunita canção.

Bença pai, bença mãe cá chuva já chegô.

Professor Carlos Jaime

CARLOS JAIME
Enviado por CARLOS JAIME em 14/03/2019
Código do texto: T6597446
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