ESTORIANDO O BRASIL

ESTORIANDO O BRASIL.
Milton Jorge da Silva


Nas tentações da madrugada,
Pensei vou me atrever.
Cansado de fazer nada,
Animei-me a escrever.

Quero contar uma estória,
Que trago aqui na memória.
Desde os tempos de escola,
Sem muito à compreender.

A estória para ser boa,
Confunde-se com a história.
Desde o Porto de Lisboa,
Se não me falha a memória.

Certo dia um navegante,
Que tinha por nome Cabral.
Sem destino e errante,
Por aqui aportou a nau.

Encontrou um povo ordeiro,
Bem fácil de enganar.
Simples patos ou cordeiros,
Perfeito para se explorar.

Nas minas reluzia o ouro,
Nas florestas o Pau Brasil.
Um reino de maravilhas,
De riquezas e coisas mil.

O Brasil foi colonizado,
Em três fases a se notar.
Cabral aqui aportado,
Até o Governo Geral chegar.

Tempos de exploração,
Da rica Costa brasileira.
Início do desmatamento,
O Pau Brasil vai pra fogueira.


Portugueses no comando,
Não permitem aproximação.
Expulsaram os intrometidos,
Vindos de outra nação.

Trouxeram reis e rainhas,
Príncipes, princesas e vassalos demais.
Lotearam desde a prainha,
Até o fim dos matagais.


Em capitanias hereditárias,
O país foi dividido.
Entre os amigos do rei,
O povo todo excluído.

Apenas os amigos do rei,
Viram donos da nação.
Capitanias hereditárias em rateio,
Para o rei era a solução.

Surge o Governo Geral,
Tomé de Souza em ação.
Da Capital Salvador,
As suas ordens editou.


Ouro e prata vão embora,
Cana-de-açúcar vem das ilhas.
As fronteiras saltam fora,
Do Tratado de Tordesilhas.

O Brasil se retratando,
Em formas e dimensão.
As cidades vão brotando,
Fronteiras em formação.


O sul bem prestigiado,
Em tudo é pioneiro.
Dá Amazônia ao Sertão,
Descobre-se o Brasil inteiro.

Passa-se a plantar de tudo,
Até drogas no sertão.
Surge o plantio do algodão,
Produto rentável ás custas da escravidão.

Os negros no açoite,
Trabalhavam dia e noite.
O senhorio lucrava,
Enquanto o negro apanhava.

O modelo foi virando,
Vergonha nacional.
Os senhores escravagistas,
Os grandes caras de pau.

O Governo absoluto,
Aos poucos perde poder.
As ideias liberais,
Faz as coisas acontecer.



Surge então a manufatura,
Sinais de industrialização.
O sopro da liberdade,
Já habita o coração.

O reclame dos impostos,
Foi levante de primeira.
Na coragem de Tiradentes,
A Inconfidência Mineira.

Para por ordens na casa,
Chega a família real.
Porém o povo descontente,
Ameaça quebrar o pau.

A pressão foi aumentando,
A voz do grito varonil.
Sem outras alternativas,
Fez-se a independência do Brasil.

Tudo para satisfazer a vontade do rei,
Aquilo que desejava, logo virava lei.
Até que as mordomias derrotaram o reinado,
O povo manipulado festeja o golpe de Estado.



A república então se fez,
Em grandes negociatas.
Os generais no poder,
Para acabar com as mamatas.

As elites agrárias, carioca, paulista e mineira,
Vão exportar o café, que é produto primeiro.
Não há preocupação com problema social,
Ganhar dinheiro é o programa real.

Nas mãos dos militares,
Inicia-se a industrialização.
Os saudosos da monarquia,
Reclamam de perseguição.

No ano 1.891 surge a primeira constituição,
Interesses das elites moldaram a redação.
Política café com leite gerava insatisfação,
Ninguém acreditava que havia boa intenção.

Revolta de militares, o tenentismo em ação,
A moralidade pública era mera abstração.
Vieram as mudanças no sistema eleitoral,
O voto secreto passou a ser normal.



Tudo era baseado na troca de favores,
Governo apoia o presidente,
Que apoia governadores,
Assim era a política da troca de favores.

Nesse cenário surge a figura do coronel,
Que negociava votos sem retirar o chapéu.
Como o voto era aberto, ficava fácil obrigar,
Ao pobre trabalhador no indicado votar.

Com isso se garantia os lucros com o café,
Quem não se lembra do convênio de Taubaté.
O pais comprava o excedente, para sustentar,
Lucro certo para o setor do café.

Como nada é eterno, um dia o leite azedou.
Dobradinha café com leite, nunca mais se acertou.
Foi mais ou menos assim,
Que a história registrou.

Esse desentendimento fez surgir a era Vargas.
Júlio Prestes foi o grande vencedor da eleição,
Veio o golpe de Estado, através da revolução,
Getúlio Vargas assumiu o comando da nação.



Foi preciso estabelecer o Governo Provisório,
O plano era fazer uma nova constituição.
Que vencesse o falatório,
Dando poderes ao mandão.

Getúlio se ajeitou e fez a concentração,
Fechou o congresso, calou a nação.
Impôs a censura nos meios de comunicação,
Fez a CLT, verdadeira consolidação.

Num relance de ousadia, fez o Código Penal,
Que até hoje é instrumento vital.
O Código de Processo Penal foi implantado,
E atualmente controlam as condutas no Estado.

Criou para o trabalhador a Carteira de Trabalho,
Para chegar aos direitos é importante atalho.
Foi obrigado a indultar diversos presos políticos,
Criar eleições gerais, tudo na base do grito.

A era Vargas chega ao final,
Sem delongas ou baixo astral.
Seu desejo maior era ao poder voltar,
Só que através do voto popular.



Getúlio foi eleito,
Só que de forma indireta.
Mas em seguida outro pleito,
Deixa a oposição quieta.

A assembleia constituinte,
Fez nova constituição,
A constituição previa,
Uma nova eleição,

Que nunca foi realizada,
A esperteza em ação.
O golpe do Estado Novo,
Gerou muita confusão,

A constituição Polaca,
Para muitos decepção,
Intervia no Legislativo,
Calava a voz da nação.

Também os governadores,
Por simples indicação.
Bastava do Presidente,
Receber a aprovação.



Não houve só coisas ruins,
Durante a administração.
Houve apoio e incentivo,
Para a industrialização.

Passamos a construir,
Uma grande Siderurgia,
A empresa Vale do Rio Doce,
Nessa época surgia.

Uma era de tantos feitos,
Com grande aceitação,
Na hora da retirada,
Aceitou a deposição.

Discutir com militares,
É a perda da razão,
Sai prometendo voltar,
Quando houver eleição.

Getúlio cumpre a promessa,
Volta pelo voto popular,
Vem criar a Petrobras,
Para o petróleo explorar.



Aprova a C L T,
Logo vem a constatação,
Trabalhador organizado,
Quer aumento e proteção.

Se o governo não atende,
A greve vem agitar,
Criador e criatura,
Passaram a se degladiar.

Sem dinheiro sobrando,
Para benesses distribuir,
A crise foi se alargando,
O pior estava por vir.

O tema forte da época,
Já era a corrupção.
Que dava força e coragem,
Para toda oposição.

Uma tentativa inútil,
De calar a oposição.
Lá na rua Toneleros
Houve precipitação.



O tiro não foi certeiro,
Não matou o cidadão.
Mas virou o tiro certo,
Na voz da oposição.

Restou ao líder abatido,
Em sua ultima ação.
Redigir a carta testamento,
E deixar para a nação.

Depois de tudo fazer,
Para ter o Poder da nação.
Prepara-se para partir,
Com um tiro no coração.

Houve muitas revoltas,
Culparam a oposição.
Greves de trabalhadores,
Com muita agitação.

Até que Café Filho assume,
Para nova direção.
Getúlio Vargas torna-se incógnita,
De difícil solução.



Finda a era Vargas,
Restou a contradição,
O Brasil em passos largos,
Rumo a industrialização.

O êxodo rural se propaga,
Vira praga, o sul é a solução.
Paus-de-arara lotados,
Poucos ficam no sertão.

Uma política liberal,
Que apoia a guerra fria.
Faz tantas importações,
Indústria brasileira em agonia.

A dívida externa aumenta,
Em ritmo acelerado.
A inflação só aumenta,
Os ganhos são desvalorizados.

A política escreve torto,
Com as linhas retas da vida.
Há sempre um salvador,
Buscando achar a saída.



O povo elege Juscelino,
Que faz o Brasil andar,
Cinquenta anos em cinco,
Era o slogan popular.

O país passa a fabricar automóveis,
Ganha Brasília para nova capital.
Depende de recursos externos,
E começa a se dar mal.

Ousadia em demasia,
Corrupção virulenta.
Chegamos ao ponto máximo,
Onde ninguém mais aguenta.

Jânio Quadros apareceu,
Para varrer com a vassourinha.
A sujeira era tanta,
Que ela não deu conta sozinha.

Impôs congelamento de salários,
Sem vencer a inflação.
Proibiu usar biquínis,
Essa lei não pegou não.



Para o povo brasileiro,
Jânio Quadros foi total decepção.
Renunciou ao mandato,
Foi simples gato fujão.

Veio o vice João Goulart,
Com a fama de comunista.
Ficou bem pouco tempo,
Nem chegou a anarquista.

A resposta dos militares,
Vem com golpe militar.
A desculpa utilizada,
Era o comunismo afastar.

Assume Castelo Branco,
General de linha dura.
Que aos trancos e barrancos,
Implantou a ditadura.

O golpe militar exterminou o debate,
Abraçou a dependência do capital estrangeiro.
De bom levou energia e estradas,
Pelo país inteiro.



A intenção maior,
Aos poucos foi revelada.
Era frear os avanços,
De toda baixa camada.

A concentração de renda,
Passou a ser aumentada.
Riqueza nas mãos de poucos,
Essa era a nova estrada.

O executivo forte,
Para impor á nação,
Para os Movimentos Sociais,
Castigo e repressão.

Censura violenta,
Para os meios de comunicação.
Lei de Segurança Nacional,
Pretexto pra punição.

Atos institucionais,
Vão virando tradição,
Definem temas e vontades,
Dos mandantes da nação.



O ato institucional,
Número um (AI-1),
Vai dando a conotação,
O objetivo é desvirtuar a eleição.

O ato institucional,
Número dois (AI-2),
Cria o bipartidarismo nacional,
Sem saber o que vem depois.

Arena e MDB,
Situação e oposição.
E eleição indireta,
Para presidente da nação.

O ato institucional número três (AI-3),
Vai segurando o rojão.
Eleição indireta de governadores,
Voto direto em extinção.

O Ato número quatro, AI-4,
Leva o congresso a aprovar.
Uma nova constituição,
Carta do Terror, apelido é o retrato.



O ato institucional número cinco (AI-5),
Dentre todos o mais famoso.
Poder para fechar o Congresso,
E todas as Casas do Povo.

Também pode bloquear,
Direitos individuais.
Pelo teor da redação,
O executivo se tornou perigoso demais.

Autoriza a fechar,
As entidades civis.
A intenção é calar,
Sindicatos e Associações estudantis.

Rompe relações com Cuba,
Antes de findar o mandato.
Americanos tocam tuba,
Festejam o golpe bem dado.

O Colégio Eleitoral,
Jogo de cartas marcadas.
Elege o general Costa e Silva,
Para outra jornada.



Movimentos sindicais,
Voltam a se fortalecer.
Greves, passeatas, povo nas ruas,
Ato institucional cinco AI-5 para conter.

Costa e Silva falece,
Sem concluir o mandato.
Médici é o sucessor,
Que estava preparado.

Há recrudescimento,
Da censura, tortura e opressão.
Vencer a guerrilha rural,
Armada pela oposição.

Enquanto o Governo vence,
A guerrilha do Araguaia.
O Brasil se desenvolve,
Seguindo a orla da praia.

Grandes multinacionais,
Vêm investir no Brasil.
Obras faraônicas,
Espalham-se pelo Brasil.



Da usina de Itaipu,
Á Ponte Rio Niterói.
Até a Transamazônica,
Cujo custo ainda dói.

O neo populismo unindo,
Apoio popular com repressão.
O governo nada na onda,
Do Brasil tricampeão.

Geisel chega ao comando,
Já em crise militar.
Abertura segura, lenta e gradual,
O povo nas ruas anunciava o final.

A morte de um jornalista,
Nos porões da repressão.
Apressa a abertura realista,
Greves no ABC e Lula em ascensão.

Impõem o Pacote de Abril,
Manter eleições indiretas.
Amplia mandatos de modo hostil,
Que não mais combina com o Brasil.



Militares sobre pressão,
Muitas pedras sobre o zinco.
Não restam alternativas,
Senão revogar o AI-5.

O Governo Ernesto Geisel,
Nada mais tem a fazer.
Chega o final de mandato,
Figueiredo vai suceder.

A crise econômica se agrava,
Na gestão de Figueiredo.
A imprensa mais livre,
Vai desvendando os segredos.

Surge o pluripartidarismo,
Para ideais agasalhar.
Vira salada de siglas,
Todos querendo ganhar.

Sob este panorama,
Volta o brado popular.
Assustando com o grito,
Queremos “diretas já”.



No Colégio Eleitoral,
Tancredo Neves venceu.
Antes de tomar posse,
O velho líder morreu.

O jeito foi aceitar,
A era José Sarney.
Com muita experiência,
No Maranhão era o rei.

As eleições diretas,
Foram recuperadas.
Em todos os níveis,
Sem faltar nada.

O governo em moratória,
Por conta da inflação.
Inventa excesso de planos,
Sem dar qualquer solução.

Plano Cruzado, Plano Bresser,
Teve até Plano Verão.
Em meio ás turbulências,
Vem nova constituição.



Constituição cidadã,
Direitos sem obrigação.
Vai virando papel escrito,
Ninguém a cumpre não.

Surge lá nas Alagoas,
O caçador de marajás.
Que com um tiro certeiro,
Promete a inflação debelar.

O povo todo votou,
Como foi fácil enganar.
Saqueou todas as poupanças,
Deixou o povo a se lastimar.

Foi para o fundo do poço,
Em total degradação.
Metido até o pescoço,
No lamaçal da corrupção.

Um irmão denunciou,
A engenharia montada.
PC Farias foi morto,
Mistérios na encruzilhada.



O impeachment do Presidente,
Foi a grande solução.
Para afastar da presidência,
O ladrão denunciado pelo irmão.

O Vice Itamar Franco assume,
Com o seu jeitinho mineiro.
Implanta o Plano Real,
O grande tiro certeiro.

O Plano Real dá certo,
Controla a inflação.
O Brasil passa a sofrer,
Com a especulação.

Na ânsia de ganhar mais,
O sistema financeiro aposta na retração.
Sobrevivem das falências,
E dos empregos dos irmãos.

Itamar Franco fica conhecido,
Por controlar a inflação.
Botou o Brasil nos trilhos,
Sem ser herói para a nação.



Fernando Henrique Cardoso,
Vence com folga a eleição.
Vai comandar o país,
Com outra visão.

Política neoliberal,
Remando em águas calmas.
Mérito do Plano Real,
Que a inflação acalma.

Enfrentou com coragem,
O mito das privatizações.
Vendeu várias estatais,
Destaque para as telecomunicações.

Para uns virou herói,
Por fazer o necessário.
Para a oposição é vendilhão,
Entreguista e perdulário.

Também ficou marcado,
Com traços de rejeição.
Por impor pelo dinheiro,
O mal da reeleição.



Deixou muito a desejar,
Não fez distribuição.
A renda toda concentrada,
É uma das mazelas da nação.

Chega á presidência,
Um operário popular.
Que denunciava trezentos picaretas,
Muito antes de chegar.

Luiz Inácio da Silva,
Conhecido como Lula.
De chefe de sindicato,
Para a presidência da república.

A proteção da pobreza,
Vira plataforma de governo.
Para afastar a fome,
E o medo do desemprego.

Implanta a Bolsa Família,
E o Programa Fome Zero.
Com grande alcance social,
A ONU reconheceu o feito especial.



O Brasil avançou,
Saiu do mapa da fome.
O Brasil é o país,
Onde até o pobre come.

Presidiu por dois mandatos,
Saiu com grande aprovação.
Fez a sucessora Dilma Rousseff,
A presidenta da nação.

Dilma Rousseff fez o primeiro mandato,
Como manda a tradição.
Recebia ordens de Lula,
E controlava a situação.

Dilma Rousseff ousou demais,
Para conquistar a reeleição.
Mentiu, fez pedalada real,
Usou e abusou da imaginação.

Disfarçou as contas públicas,
Com contabilidade criativa.
Como não sabia de nada,
Foi presidenta passiva.



Pousou de mulher honesta,
Para enganar a nação.
Envolvida até o pescoço,
Em esquemas de corrupção.

Um país por construir,
Grandes planos de Ação.
As empreiteiras a sorrir,
Aprofundam a corrupção.

Repartir entre si as obras,
Disfarça a licitação.
Os políticos no poder,
Querendo molhar as mãos.

Uma mão lavando a outra,
No jeitinho brasileiro.
As receitas do Brasil,
Para empreiteiro e banqueiro.

A coisa caminhou bem,
Até a fonte secar.
Hoje não resta vintém,
Para as contas saldar.



Estados e municípios,
Falidos e sem solução.
Buscam se socorrer,
Nos cofres da União.

A União vai buscar,
Apoio na sociedade.
Que não aceita pagar,
Essa fatura salgada.

Funcionários em greve,
Com salários á receber.
É uma pequena amostra,
Do que está para acontecer.

A esperança renasce,
Na tal repatriação.
Trazer de volta o dinheiro,
Que roubaram da nação.

Por aqui o crime compensa,
Dependendo do ladrão.
A grana volta lavada,
Com as bênçãos da nação.



Assim a roda gira,
Sem cortes nas mordomias.
Altos escalões protegidos,
E ricaços em euforia.

Aposentadorias precoces,
Para quem vence eleição.
Com salários integrais,
E regras de continuação.

Há ainda em profusão,
Os cargos em comissão.
Afora os de confiança,
Que faz inflar a nação.

Assessores de assessor,
Veículos chapa branca e avião.
Correios, telefonia, moradia e paletó,
Assim, as contas públicas dão nó.

Verbas de publicidades,
Subsídios, enganação.
Leis, Medidas Provisórias,
Negociadas no balcão.



O maior negociador,
Sempre está na direção.
Para facilitar a propina,
Inventou-se um mensalão.

Pagamentos destinados,
A calar toda a nação.
Enquanto enviam pra Suíça,
A sobra da arrecadação.

Cada contrato firmado,
Há a cota de participação.
O Petróleo é o melhor caminho,
Rende da pesquisa á distribuição.

A farra cresceu tanto,
E criou tanta propina.
Que ultrapassou fronteira,
Chegou a América Latina.

Esquemas suprapartidários,
A gerar tanta propina.
Que até hoje não se sabe,
Quem é o chefão que assina.



Pelas bandas de Curitiba,
Surge a operação Lava-Jato.
Vai descobrindo os rombos,
E desenrolando os fatos.

Ladrões de colarinho branco,
Terno, gravata e paletó.
Surrupiaram as riquezas da nação,
Sem qualquer clemencia ou dó.

São políticos, empreiteiros e banqueiros,
Alto escalão todo enrolado.
Que não há água que chegue,
Para tanto dinheiro ser lavado.

O nó foi apertando,
Envolvendo figurões.
Que acham que o Brasil são eles,
Não são apenas mandões.

Tentou fazer Lula ministro,
Para lhes dar proteção.
O tal foro privilegiado,
Que é a vergonha da nação.



Flagrada ao telefone,
Que não requer explicação.
Tenta dizer que não disse,
Que é erro da gravação.

Lula acabou enrolado,
Com a riqueza nas mãos.
Cobrou bem mais que o devido,
Para presidir a nação.

Os filhos bilionários,
Sem qualquer explicação.
E as falcatruas aparecendo,
Á cada nova delação.

Dinheiro não nasce em árvore,
Ensinava o sábio pai.
Onde existe fruto podre,
Basta balançar que cai.

O sítio de Atibaia,
O duplex e a reforma.
Até que a ficha caia,
O brasileiro se informa.



Adega para tantas garrafas,
Só a quem bebe interessam.
Barco para jogar tarrafas,
As iniciais confessam.

Faltava para completar,
Delações no estrangeiro.
Por onde anda escondido,
Os impostos dos brasileiros.

A sangria foi tanta,
Que até Banco se abriu.
Para esconder a propina,
Advindas do Brasil.

Enquanto o povo humilhado,
Sem segurança, saúde ou educação.
Enquanto os larápios dilapidam,
O patrimônio da nação.

Saúde na U T I,
É o que se vê por aí.
Falta até esparadrapo,
Ao invés de chorar vou sorrir.



A insegurança começa,
Na porta da delegacia.
A viatura parada ameaça,
Tanque está de barriga vazia.

Não há notas positivas,
Para dar para a educação.
Professores sem receber salários,
E greves em profusão.

Inventaram no momento,
O salário parcelado.
Trabalhe desde janeiro,
E recebas até o dia de finados.

O povo acordou foi para as ruas,
Com panelas a bater.
A queda da presidenta,
Acabou por ocorrer.

Dilma Rousseff foi barrada,
Impedida de atuar.
Continua ás custas do povo,
Mordomias a desfrutar.



O Vice Michel Temer,
Fez a base parlamentar se mexer.
O tal Ajuste Fiscal,
Já faz o povo temer.

Reformas e mais reformas,
Sem tocar nas mordomias.
Pretendem continuar,
Na Ilha das Fantasias.

Super salários aos poucos,
Vão ganhando proteção.
Aposentadorias precoces,
Para os chefes da nação.

Para político se aposentar,
Basta comprar a eleição.
Na lista de mordomias,
Passagens, carros, avião.

Os bancos podem cobrar,
Qualquer taxa de juros.
Tomar financiamento,
É um salto no escuro.



A usura é protegida,
Pela justiça e lei.
Ela é a favorita,
Para os amigos do rei.

Para a mídia amiga,
Verbas de publicidade.
Que através da propaganda,
Vendem a felicidade.

Michel Temer vai mostrando,
Que é fácil governar.
O congresso carimbando,
Contas para o povo pagar.

Só não sabem até onde,
A corda pode esticar.
Temem o povo nas ruas,
Que pode a corda quebrar.

FIM
 
Milton Jorge da Silva Escritor
Enviado por Milton Jorge da Silva Escritor em 06/03/2019
Código do texto: T6591160
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