NOSSA SELEÇÃO NA COPA DE 1982.

Careca foi o goleiro
Da seleção de Telê
Não o Antonio, o Valdir
Só pra você entender
O hómi era bom pra tossi
Mas na frente de um tal Rossi
Tremeu ele, eu e você!

Na direita, o lateral
Leandro era competente
Marcava, Fazia gol
Batia no presidente
Tinha origem lá no Rio
Natural de Cabo Frio
Porém era chapa quente!

Oscar, o craque da zaga
Era o xerife dalí
Chegando da Ponte Preta
Pra ser rei no Morumbi
Por lá, prendia e soltava
Futebol fino jogava
Igual Oscar nunca vi!

Luizinho, outro zagueiro
De elegância e talento
Entrincheirando a defesa
Sem nunca ser violento
Infelizmente esse dia
Nosso castelo ruía
Foi grande esse sofrimento

Júnior, vulgo Capacete
Na esquerda era sacode
Monstro, como jogador
Inteligente, o Bigode
Sambista lá de Gamboa
“Voa Canarinho, Voa!”
Gravou disco de pagode!

O bailarino Cerezo
Volante gabaritado
Teve o azar como padrasto
Nesse dia eternizado
Atormentou nossa zaga
Até hoje ainda paga
Por um passe atravessado!

Falcão, segundo volante
Seu jogo exalava o aroma
Da mais fina flor do campo
Caprichava no idioma
Foi craque por natureza
E foi, por sua grandeza
Coroado Rei de Roma!

Socrátes foi dotorísso
No futibó foi heróico
Cirugiô o Parmera
Apriciadô alcóico
Dominadô calcanhista
Maconhêro, comunista
E tomém filosofóico!

E o que dizer de Zico
De talento raro e fino?
Ele foi rei no seu tempo
E apesar de ser franzino
Dizia o falatório
Craque de laboratório
Nosso Galo de Quintino!

O centroavante Chulapa
Dexô o povo na mão
Podia ter feito mais
Mas no tapa ele era bão
Deixava a zaga doidinha
Dava chute em coroinha
Cabeçada em sacristão!

O bad boy ponta esquerda
O terror da mulherada
No time, Eder era o galã
No campo bola afinada
Cruzava pra cabeceio
Fazia gol de escanteio
Nas faltas, tome patada!

O Mestre Telê Santana
Esse sim, um professor
Tático e bom conselheiro
Doutrinando o jogador
Hoje treina lá no céu
Não levou esse troféu
Mas sempre foi vencedor!