A VIAGEM DE BOECHAT

A VIAGEM DE BOECHAT

Miguezim de Princesa

I

Peço à musa do improviso

Inspiração pra contar

A morte muito sentida

De um jornalista exemplar,

Muito querido por todos:

Ricardo Eugênio Boechat.

II

Na altura da Anhanguera,

O talento se findava,

O helicóptero explodiu,

Num caminhão se chocava,

E, alguns minutos depois,

Todo o Brasil lamentava.

III

Boechat começou por baixo:

Foi contínuo de jornal

No fim dos anos 60,

Depois subiu de degrau

E entrevistou Pelé,

Num furo sensacional.

IV

De contínuo a jornalista,

Sempre seguiu respeitado:

Conquistou três Prêmios Esso,

Com seu estilo arrojado,

Fez jornal, rádio e tevê,

Pelo povo admirado.

V

Boechat era um jornalista

De firmes convicções:

Debatia com poderosos

Em muitas ocasiões,

Não tinha medo de falar

E assumir posições.

VI

Mesmo sendo muito sério,

Também fazia brincadeiras:

Junto com José Simão,

Gozava da roubalheira,

E assim criaram o Partido

Genitália Brasileira.

VII

Fosse direita ou esquerda,

Da mão e da contramão,

Se estivesse envolvido

Em qualquer corrupção,

O corrupto padecia,

Com ele não tinha perdão.

VIII

Apresentava na Band,

No rádio e televisão,

Boechat impunha respeito

Quando dava opinião,

E quem estava assistindo

Prestava bem atenção.

IX

Quando a ganância privada

Matou em Minas Gerais,

Boechat a todos pulmões,

Nas resenhas matinais,

Desancava os mentirosos

Ao vivo em todos canais.

X

Boechat partiu de repente

Aos 66 de idade,

Deixando a doce Veruska,

Filhos e fãs com saudade;

Apesar de ser ateu,

Já tem programa com Deus

Na Rádio da Eternidade

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 11/02/2019
Reeditado em 11/02/2019
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