Pra mulher que vestia a cor do céu

Meu canto e verso vem do nosso chão

Lavradeia no campo e beira o rio

Sobe a serra e desce o vento assobio

Corta estrada no calor do verão

Faz da rima beleza do rincão

Brota quente que nem o fogaréu

E chuvisca da noiva pelo véu

No traço as matas que já caminhei

Das histórias que um dia contarei

Pra mulher que vestia a cor do céu.

A sonata que brilha pela corte

Cantoria que vem logo em seguida

Vêm mostrar-me o momento da pedida

Revelando esse meu lance de sorte

Pois trovões já coriscam no meu norte

Com passagem pra ilha de Bornéu

Mas esqueço de ter o meu chapéu

E faíscas fagulham meu castelo

Vou rimando meu verso num martelo

Pra mulher que vestia a cor do céu.

A estrela me vê um pouco distante

Mas seu brilho ilumina meu caminho

E num trisco eu estou aqui sozinho

Vendo por um momento em diante

O azul tão sereno tão brilhante

E escrevo meus versos como um réu

Condenado por um velho troféu

Que perdi numa aposta de outrora

Mas enfim posso ler na minha hora

Pra mulher que vestia a cor do céu.

Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira em 03/02/2019
Código do texto: T6566251
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