O Pastor alcoviteiro

Um pastor alcoviteiro

Fazedor de casamento

Abrandador de marido

Amansador de jumento

Afamado no local

Afastava todo mal

E dissipava o tormento

Certo dia lhe trouxeram

Um casal a sua presença

A mulher por despreparo

Fez a Nestor uma Ofensa

Lhe traiu com Juvenal

Começou lá no quintal

E terminou na despensa

Convidaram os dois casais

Envolvidos na história

Pra que houvesse o perdão

E a exclusão na memória

As tias todas orando

Gritando forte chorando

Dizendo alto: oh glória!

E naquele labassé

O ai ai ai era tanto

Todo mundo comovido

Banhado o rosto de pranto

O Pastor Nelson Aranha

Falou em língua estranha

Uma espécie de canto:

Labaxária, labaxúria

Labaxúria, labaxai

Quem tá morto não tá vivo

Quem tá vivo perdoai

Meu irmão não desespere

Ore um pouco e espere

Que já já o chifre cai

O traído abriu os olhos

Não achou isso legal

De repente ele acordou

Da lavagem cerebral

Derrubou mesa e cadeira

Fez a maior quebradeira

Foi logo descendo o pau

As velhas todas gritavam

Pulavam pela janelas

Outras saiam mancando

Hematomas nas canelas

O pastor todo quebrado

Teve o fêmur fraturado

A bacia e as costelas

E o tal do Juvenal

Que também entrou na peia

Teve o baço perfurado

Três artérias e uma veia

E para o tal do Nestor

Além do chifre restou

Doze anos de cadeia*.

* É uma mera ficção a história e os nomes citados.

Bosquim
Enviado por Bosquim em 29/01/2019
Reeditado em 06/06/2019
Código do texto: T6562272
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