A ingratidão.
Ingratidão é o sentimento;
De negar ao benfeitor;
Nosso reconhecimento;
Por um ato de amor;
Não caiu no esquecimento;
Mas não damos mais valor.
Tem morada no ingrato;
Não se perde no horizonte;
Na verdade e um passado;
Que evito que me aponte;
É mais um pontapé dado;
No amor que está na fonte.
O ingrato nunca vê;
O amor que há no céu;
Um bom livro nunca lê;
Vive sempre andando ao léu;
E em Deus também não crê;
Fé pra ele é como fel.
Nunca está bem preparado;
Para fugir da agonia;
Vive sempre atarefado;
Pra vencer o dia-a-dia;
Solidão é o ordenado;
Fruto da monotonia.
Leva em si desilusão;
Pelas mágoas que causou;
Nunca tem compreensão;
Esqueceu o que ganhou;
Nunca vai pedir perdão;
A si mesmo escorraçou.
Esqueceu de ser um pai;
Já não sabe nem ser gente;
Humilhando sempre vai;
Àquele que o compreende;
Mesmo quando a casa cai;
Julga a si mais competente.
O ingrato sente medo;
De ouvir a consciência;
Sabe de cor o enredo;
Da sua concupiscência;
Mesmo levantando cedo;
Não alcança a inocência.
O ingrato sabe o dia;
Sabe a hora e o lugar;
Que precisa de ousadia;
Para sempre mais ganhar;
Julga ter sabedoria;
Para nunca precisar.
Não conhece a humildade;
Desconhece o que é amor;
Só conhece a caridade;
Quando é a seu favor;
Finge ter sinceridade;
Mas no fundo é sofredor.
Todo ingrato tem o dia;
Pra chegar ao outro lado;
Vai rever em agonia;
O que fez e o seu passado;
Vai rever o dia-a-dia;
Pelo qual foi condenado.
Mil perdões agora pede;
Para aqueles que olvidou;
Sabe agora o que antecede;
Às tristezas que causou;
Sente a dor que nunca cede
Que foi tudo o que restou.
Por essa desilusão;
Ao ingrato reconheça;
Veja que a ingratidão;
Só lhe deu dor de cabeça;
E a Jesus, o nosso irmão;
Pela paz sempre agradeça.