O MAIOR MENTIROSO: PARTE 1
Aconteceu em Monguba
Uma grande competição
Veio gente de todo canto :
Maracanaú , Acarape e redenção .
Todos querendo ganhar
O dinheiro da premiação .
Ganhava o maior prêmio
Quem contasse de forma majestosa .
Sem gaguejar um segundo
E ainda com a voz toda prosa .
A mentira mais cabeluda
Ou a história mais mentirosa .
Meu amigo Nilo
Foi quem abriu o campeonato .
Falando de um peixe
Que pescou seu tio Nonato .
Dizia ele para todo mundo
Que falaria do jeito exato .
Enquanto ele verbalizava
O povo ía se admirando
As medidas deixa ele dizia
Para quem estivesse escutando .
E para terminar a conversa
Disse que foi mais de um mês só tratando .
O segundo a falar foi o Peter
Que entrou de vez no debate .
Dizendo que falaria ligeiro
Mas não aceitava empate
Porque ele iria falar
De um certo abacate .
Segundo o seu argumento
O fruto daquele abacateiro
Sozinho abasteceu o CEASA
No espaço de um ano inteiro .
E com as duas cascas
Fizeram um navio cargueiro .
O seu Manoel de António Diogo
Jurou que não mente .
Argumentou sobre sua terra natal
E de como ela era quente
Lembrando daquele sol abrasador
Que queimava tanta gente .
Por lá tinha um poço profundo
Que abastecia todo o lugar .
Mas era preciso ter paciência
Se quisesse a água tomar
Pois levava três dias na geladeira
Só para poder esfriar .
Até meu amigo Luiz Viana
Participou desta competição .
Falando sobre um porco
Que tinha como criação .
Este porco engordou tanto
Que causou admiração .
Quando mataram o animal
Foi grande a comilança .
Um metro e meio de torcinho
Retiraram de sua pança .
O rabo cortaram em dez pedaços
Para não quebrar a balança .
O Márcio que é meu irmão
Também quis participar .
Falando sobre uns pássaros
Que estavam a lhe perturbar
Comendo as suas goiabas
Que amadureceram no pomar .
Já sem saber o que fazer
A ponto de quase passar mal ,
Então lhe veio uma ideia
Não muito convencional .
Melar toda a goiabeira
Com uma cola especial .
Com o plano em suas mãos
Fez como o pensamento quis .
Os pássaros ficaram grudados
E ele ficou todo feliz .
Mas ao aproximar-se das aves
Estas arrancaram a goiabeira pela raiz .
O Edmar também participou
Contando um fato que lhe ocorreu .
Lembrando de uma pescaria
Que nunca mais esqueceu
Foi no açude de Monguba
Que o dito caso aconteceu .
Estava ele lá sozinho
Quando já passava do meio-dia .
A preguiça o perturbava
E a fome lhe entristecia .
Mas de repente uma traíra fisgou
O seu anzol naquele dia .
O peixe tinha tanto dente
Que parecia um tubarão .
E o seu lombo era mais grosso
Do que as costas de um caminhão .
Quando ele arrastou a traíra para fora
Ela correu em sua direção .
O nonatinho também contou a dele
Sobre uma cobra que lhe perseguia ,
Toda vez que montava na bicicleta
Ir para o trabalho saía .
Aquilo já estava lhe preocupando
Pois sempre se repetia .
Planejou de matar a cobra
E já sabia como o fazer .
Pois senão a matasse
Com certeza ela iria lhe morder .
Então comprou um facão bem amolado
Para finalmente o réptil a bater .
De manhã bem cedinho
Procurou a cobra para matar .
Cortou ela em vários pedaços
Para nunca mais lhe acompanhar .
Mas quando ele chegou no trabalho
A cabeça da cobra mordeu seu calcanhar .
Chegou a vez do Zé Chaves (meu pai)
Pois já era esperado .
Como gostava de prosear
O seu nome era o mais cotado .
Como aquele que seria
O grande premiado .
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