TOCADO PELA BRISA

TOCADO PELA BRISA

Hoje não sei por que contei meus anos e percebi
Tenho menos tempo para viver do que eu já vivi
Respirei então, com serenidade e muita calma
Veio uma brisa suave e sutil e tocou-me a alma
Trazendo com ela um pacote de lembranças
Voltei no tempo minha fase mais bela, me tornei criança

Como se o pacote fosse de doces para se degustar
Eu o abri e comecei pedaço a pedaço a saborear
Admirando a natureza com uma vida inteira pela frente
Sem dar bolas para o tempo a tudo e a todos indiferente
Só agora frente ao ultimo pedaço do pacote descobri a verdade
Degustei sem mastigar cada pedaço desta minha realidade

Na minha linha de chegada pouco tempo me resta
Sonhando com os acordes que embalaram minha festa
A suave essência das flores exalando perfume
Da namoradinha ao som da orquestra me causando ciúme
Mas tudo ficou no passado não pude apreciar eu não tive tempo
Hoje eu tenho, mas no apagar das luzes dos últimos momentos!

A vida passou por mim nas asas do tempo não percebi
Só agora com este toque da brisa me dei conta que nada vivi
Eu quero aproveitar o pouco que resta do meu existir
Embora tardio seja, neste meu despertar eu só posso sentir
Que minha vida é o meu próprio espelho meu retrato falado
Eu vejo nele a brancura dos meus cabelos e meu rosto enrugado!



(((Dedico este texto ao  meu padrinho no Recanto das Letras o poeta, escritor e mu estimado connterrâneo José Ferreira de Andrade meu dileto amigo)))
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 15/01/2019
Reeditado em 15/01/2019
Código do texto: T6551683
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