Cordel das palavras asas

I

Folhear a um bom livro

Não é uma obrigação

É preciso ter prazer

É ter imaginação

A leitura é a chave

Para quem tem a coragem

De sair dessa prisão.

II

É um ato de vontade

Trilhar o conhecimento

Sair do lugar comum

Pro país do letramento

Voando com Aladim

No tapete de cetim

De encontro aquele vento.

III

A capa às vezes é rude

Não motiva a alegria

As folhas já estão gastas

Notadas pela alergia

Mas precisa a insistência

De termos benevolência

De lê-lo com simpatia.

IV

Depois vem Alibaba

As histórias dos quarenta

Vem passando a vida a limpo

Ensinando que se inventa

A forma de aprender

E de como conviver

Com quem vive de encrenca.

V

Cada livro é Sherazade

Nos conduzindo a loucura

De descobrir nos enredos

Uma série de aventuras

Como as mil e uma contadas

Por uma das mais belas fadas

Que nos leva a loucura.

VI

Existem os livros tristes

Que nos remetem às lágrimas

Com as histórias de amor

Nos afogando em mágoas

Mas os finais surpreendem

Nos deixando contentes

Para seguir na caminhada.

VII

Alguns são feitos com rimas

E linguagem metafórica

Todo costurado por versos

Cada um com sua retórica

Denominado de cordel

Rimando o sarapatel

E as verdades históricas

VIII

O livro é o melhor amigo

Sempre disposto a contar

Seja uma história real

Ou um fato de arrepiar

Se você não o abriu, atenção

Use sua imaginação

E venha se encantar

IX

É preciso muito prazer

Pra o livro criar asas

Deixar a estante empoeirada

E passar a construir casas

Dentro de ti, nobre amigo

Que quer ter compromisso

Com as velas palavras as

Marcus Vinicius