Libertei meu canarinho
Libertei meu canarinho,
Sim, permiti que partisse.
Dei a ele liberdade,
Para que outras terras visse;
Que voasse pelo mundo
E novo lar construísse.
Depois desfiz da gaiola
E me senti mais leve.
Porque mantê-lo preso?
Se nada ele me deve
Eu fiz a coisa correta,
Por ser a vida tão breve.
Passado só quatro dias,
Eis que o vejo no quintal
O canarinho ciscando
Uns gravetinhos de pau
E carregava pro ninho
Que fizera no laranjal.
Foi então que reparei
Que no pé de laranjeira
Ele fez sua nova casa,
Era casa de primeira;
Feita com tanto esmero
Pra ele e sua companheira.
Decorreu poucas semanas,
Deste caso em questão...
Eis que o flagro cantando;
Com as forças do pulmão,
Estava só me dizendo,
Da nova população.
Meu cordel aqui termina,
Grato sou pela atenção.
Soltem já todos os pássaros,
Não prendam eles mais não;
Pois presos correm o risco,
De entrar em extinção.