ALGUMAS PALAVRAS FORA DE MODA
Um velho rabo de burro
Junto com a sua patota
Dirigindo um Gorníni
Contando muita lorota
Anda solto na cidade
De Parangaba a Varjota
Deflorando as meninas
Que embriaga com martíni.
Depois de belas promessas
De roupas e manoquínis
Aqueles belos maiôs
Das mais famosas viltrines.
Muitos pais apavorados
Pedem às autoridades
Prisão do chofer marruá,
O terror desta cidade,
Por ter medo de suas filhas
Perderam a castidade.
O perigoso bandido
Com aquela sua corriola
Se aproveita de crianças
Oferecendo mariola
Que também são enganadas
Ganhando uma volta na ola
O bandido é perigoso
E também grande checheiro
Deu checho em fuampa
Passando por beradeiro.
Da firma que trabalhava
Roubou um pai-de-chiqueiro.
Mas o chefe de polícia
Mandou um Cosme e Damião
Prender aquele batoré
Conhecido por mei-pão,
Que também roubava gado
Até mesmo um barrão.
Não tem respeito às moças
Nem que estejam de bode.
Verdadeiro brucutu,
O peroba de bigode
Que apanhou de tabefe
Dum gilete no pagode.
Pois flertava com seu bofe
Um pivete bem borracho.
O papangu de quaresma
Ainda não “aquetou” facho
Deu coió para saboeira
Para mostrar que era macho
Foi quando levou uns cascudos
Pra deixar de ser bocó,
Desrespeitar vitalina
Pode levar o brocoió
A se casar na Polícia
Ou dormir no xilindró.
Começar a bater fofo
Lá dentro dar o rosquite.
Sem usar camisa de vênus
Pegar uma hepatite
Viver sempre de antoje
Magro como um sibite.
Do amarelo empombado
Acabou toda farofa
Na prisão rabo de burro
Tornou-se uma galhofa
E aquele se arranco
Não passa mais de mangofa.
Passou a dar o roscofe
Por pão d’água ou sovado
Mariola, Maria Maluca
Deixa ele apaixonado
Que de imediato esquece
O seu amante chapeado.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, DEZEMBRO/2018