PAZ INQUIETA

Por Gecílio Souza

Densos raios do infinito

Cruzaram o meu universo

Luzeiro pujante e bonito

Metafisicamente excelso

Luz e trevas em atrito

Num transcendental processo

As verdades em conflito

Em um mundo submerso

Na hegemonia do mito

E na crença em excesso

Contrapor-se ao veredito

Do determinismo perverso

O filosofar é irrestrito

Não há nichos sem acesso

Se a dúvida for um delito

Delituoso me expresso

Fujo deste mundo esquisito

Mas a ele me regresso

Desperto-o com o meu grito

Interrompo o seu recesso

De coisa alguma sou perito

Tampouco almejo sucesso

Só a sofia tem gabarito

No seu campo peço ingresso

Pensar é escutar o não dito

E transpor o abscesso

Pressuposto e requisito

Para a ideia de progresso

Mas este planeta que habito

Flerta-se com o retrocesso

Tenho afirmado e escrito

Seja em prosa, seja em verso

E neste poema repito

Que sou rebelde confesso

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 07/12/2018
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