Busca da felicidade.

Nada mais posso fazer

Pra viver com meus parentes

O que vai acontecer

Servirá para os presentes

Confirmar que o meu dever

Eu cumpri honestamente.

Percebi que sou demais

Na família que ganhei

Desculpo os meus ancestrais

Pelos danos que causei

Convivendo com animais

Aprendi tudo o que sei.

Tomei conta do segredo

Que havia no castelo

Inventei um novo enredo

Pra história do cancelo

Do Senhor sentia medo

Que me deixava amarelo.

Muito tempo eu dediquei

À família que eu tinha

E de mim eu não cuidei

Nem da vida que era minha

Mas um dia eu acordei

Quis saber de onde eu vinha.

Perguntando eu descobri

Que eu era um rejeitado

Tudo aquilo que eu comi

De mim sempre foi cobrado

E se eu sobrevivi

Foi por sempre estar calado.

Minha saga começou

Quando eu tinha poucos anos

O Senhor me castigou

Dizendo que causei danos

Disse que aqui estou

Porque cometi enganos.

Eu permaneci calado

Mas aquilo me marcou

O que havia revelado

Ele nunca me falou

Mas me mandou um recado

Dizendo que se enganou.

Recebi esse recado

Porém não acreditei

Tudo que era falado

Pouco a pouco eu me lembrei

Que vivia amargurado

Por coisas que não causei.

Procurei o meu Senhor

Disse a ele que partia

Desse a outro o meu labor

Dele agora eu desistia

Se eu era o dissabor

Então tudo acabaria.

Percebi nesse momento

Uma ponta de orgulho

Mas firmei o pensamento

Temendo um falso mergulho

Quando ouvi um movimento

Que chegava com barulho.

Era a chefe da cozinha

Que chegava atordoada

Com a roupa que eu tinha

Porém muito bem lavada

Disse que uma vizinha

Conhecia a marmelada.

Perguntei quem era ela

Ela mesma me falou

Sou a voz que vem daquela

Que você sempre esperou

Sua mãe é a donzela

Que o patrão violentou.

Ela ainda não é velha

Está viva e com saúde

E ainda muito bela

Conservou sua virtude

Esta foto aqui é dela

Me pedindo que o ajude.

Eu fiquei maravilhado

Olhando o velho retrato

Então vi alguém ao lado

Com promessa de contrato

Eu seria contratado

Livre de qualquer mau trato.

Veio então uma menina

Filha do meu ex senhor

Disse que sentia estima

Que eu era o seu amor

O que houve ela abomina

Eu sou homem de valor.

Vi o ex senhor chorando

No seu quarto a reclamar

Minha filha está amando

Quem eu não soube cuidar

E está só me esperando

Pra dizer não vou voltar.

O Senhor me perguntou

Para onde vai mudar

Eu lhe disse: sempre vou

Onde o coração mandar

Porém hoje aqui estou

Pra dizer que vou casar.

Nesta casa existe alguém

Que me ama de verdade

Sabe que não tenho bens

Vivo com a realidade

Eu a amo e vou também

Buscar a felicidade.

Foi assim que fiz meu lar

Com direito a repartir

Da semente que plantar

A colheita que surgir

Pois direito de amar

Ninguém pode destruir

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 29/11/2018
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