O POLÍTICO QUE NÃO É LADRÃO...

Eu tava aqui sozinho

Pensando com meus botões

Tentando achar soluções

Se é que pra tanto ainda há

Mas não consegui encontrar

Apesar de pensar um ano

Porém acabei concluindo

E não tenho medo de falar:

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

Tá aí, tá na cara, todo dia

No noticiário da televisão

É deputado, senador... é ladrão!

Em quem o povo vai confiar?

A gente pensa pra votar

Pensa estar votando certo

No entanto meu amigo, decerto,

Só uma coisa posso afirmar:

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

Classezinha sem escrúpulos

Já faz tempo que descobri

Só sabem mesmo é mentir

O tempo todo estão a trapacear

A consciência vivem a roubar

Do jovem, do velho, do novo

Não tem um pingo de dó do povo

Por isso mesmo volto a confirmar:

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E se chamar o ladrão de político

É certo, estarei lhe ofendendo.

O ladrão, preso, está devendo,

E a sua dívida irá pagar.

No entanto, o político não

Rouba e está solto na rua

Se deixar, roubam até a lua

São Jorge, não vá vacilar!

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E é o político velho, é o novo

Tentando ser novamente eleito

Para presidente, governador ou prefeito

As regras, sempre tentam mudar

Prometem até melhorar

A saúde, o esporte, a educação...

Pra tudo, todos têm solução

Depois, nada vai funcionar

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E não sou eu quem pensa assim

São eles que passam a imagem

“Minino”, é tanta malandragem

Que lá no congresso há!

Estão sempre a viajar

Pra lá, pra cá e “prali”

Fazem CPI da CPI...

E nada conseguem apurar

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E ser ladrão virou regra

Honestidade tornou-se exceção

E é tanto político ladrão

Que em Brasília não me arrisco andar

Tenho medo de algum me assaltar

Coitado do meu pobre Brasil!

Um país com tanto político vil

Só vai mesmo é se ferrar!

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

É na cidade, no estado, no país...

A coisa virou uma zona só

E eu penso, por isso, tenho dó

De quem é honesto e vive a lutar

De quem sustenta o lar

Com este salário vergonhoso

Contudo, se sente orgulhoso

Em, nesta frase, não se encaixar

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E quero ver quem me convence

A votar na próxima eleição

Pra todos irei dizer não

Voto nulo – este sim, vou confirmar.

Isto sim, vou comemorar:

Voto não ser obrigatório.

Deixarei de ter cara de otário...

Por quanto tempo vou esperar?

O político que não é ladrão,

Com certeza, aindia será.

Faça o que digo, não o que faço

Minha atitude talvez não aprove

Mas quero que um político me prove

Ser errado o que estou a falar

Então não voltarei a pensar

Mas tenho o dom de ver o futuro

E não é de cima do muro

Que, categoricamente, posso reafirmar:

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

Ah, eu tava esquecendo uma coisa!

O povo também me insulta.

Troça voto por consulta,

Saco de cimento, feira, um gole no bar...

Depois ainda quer cobrar

Do político com jeito abrupto

O povo também é corrupto

Falta cultura, honestidade... sei lá!...

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

E pra calar de vez a voz

Pra findar este capítulo

É melhor rasgar o título

Para cúmplice não me tornar

Alguns irão protestar

Porém eu não tenho medo

Falo e não peço segredo

Quem quiser, pode protestar!

O político que não é ladrão,

Com certeza, ainda será.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 13/09/2007
Código do texto: T651407