CONSTRUTOR DA NAÇÃO BRASILEIRA
Livre e leve como o vento
Entre girafas e touros
Os confins do infinito
Liberdade era um tesouro
Ir e vir onde quiser
Idoso, jovem e mulher
Entre diamante e ouro.
E diga-se de passagem
Já havia a escravidão
Entre uma tribo e outra
Haviam guerras de “irmãos”
Uns aos outros escravizavam
Mas depois se misturavam
E aumentavam a geração.
O tal árabe então chegou
Pelo Saara em camelo
Com sua religião
Começou o pesadelo
Eram severos e tiranos
Transformando em muçulmanos
E África em desespero.
Mas nada foi comparado
Com o terrível europeu
Com o tal cristianismo
Lá na África apareceu
Prata, ouro e diamante
Os tornou tão delirantes
Tudo em nome de Deus.
Armaram tribos inteiras
Para outras escravizar
A liberdade tirada
Vira uma vida de azar
Para os portos eram levados
De lá eram transportado
sem jamais poder voltar.
A viagem era um inferno
Narrado pelo poeta
Castro Alves bem lembrou
Das moças à mostra as tetas
Chicoteadas aos berros
Tratados a fogo e ferro
Sofrimento do capeta.
Quando levavam o azar
De não morrer na viagem
Chegavam como um espectro
No Brasil da sacanagem
Eram postos no mercado
E vendidos feito gado
Esses homens de coragem.
Separados da família
Pelos sádicos fazendeiros
Marcados a fogo e ferro
Valiam muito dinheiro
Propriedade do dono
Viviam no abandono
E tinham que ser ordeiros.
E se fizesse algo errado
Visto pelo seu senhor
O sangue no pelourinho
Jorrava com grito e dor
Tudo havia nessa hora
Choros de ódio que implora
E seu dono sem amor.
Lutou de todas as formas
Nas garras da escravidão
Em mais de trezentos anos
Foi essa coisa do cão
Houve muita resistência
Mas do que a gente pensa
Muito embate em questão.
Porém a complexidade
Que foi a escravidão
Tornava quase impossível
A total libertação
Com a ajuda da igreja
Foi uma grande peleja
Para todos dizerem não.
Porém o Brasil se viu
Em meio do campo de guerra
Contra o grande Paraguai
Defendendo sua terra
O exército foi obrigado
A ter o preto como soldado
Com o apoio da Inglaterra.
A Guerra do Paraguai
Venceu a Tríplice Aliança
O negro herói de guerra
Veio pegar sua herança
Mas viu sua mãe e seu pai
No tronco gritando ai
Escravo sem esperança.
Cresceu grande sentimento
Pela total liberdade
Vieram os abolicionistas
Lutando com lealdade
As leis da abolição
Trouxeram satisfação
Para os homens de coragem.
Chegou o 13 de maio
1888 era o ano
Viva então a liberdade
Somos livres sem engano
Festa regada a cachaça
Grandes discursos na praça
E o abismo se aproximando.
Porque a dita Lei Áurea
Não passou de enganação
Deu liberdade de fato
Mas o negro ficou sem chão
Ficou num grande degredo
Sem terra e sem emprego
Sem lar, sem paz, sem razão.
Se virem com a liberdade
Dizia o branco insolente
Afinal, bando de pretos
Nem sei se vocês são gente
O racismo proliferou
A diferença de cor
Tornou-se tão excludente.
E o maldito racismo
Depois de 130 anos
Ainda continua vivo
Nos corações mais tiranos
A maldição dessa praga
Que ao nosso Brasil estraga
Não é um simples engano.
Gilberto Freyre pregou
Não sei se por bem ou mal
Em Casa Grande e senzala
Democracia racial
Até com certo esnobismo
Disse aqui não ter racismo
Que grande cara de pau.
Até os mais leigos dos homens
Sabe que aqui no Brasil
Reina o racismo velado
Vai dizer que nunca viu
Racismo institucionalizado
Dizendo, o negro é culpado
E o chama de imbecil.
Existem muitas correntes
Que diz vivermos em paz
De fato a Constituição diz
Que os direitos são iguais
Mas direito tem sequela
Pois não entra em favela
E assim ri satanás.
E não queremos aqui
Dizer que o negro é coitado
Que não tem capacidade
De conseguir seu trocado
Só queremos condição
De igual competição
Entre rico e favelado.
Deem condições iguais
E não discurso apenas
Trate igual o semelhante
Sem cara de nojo ou pena
Somos todos seres humanos
Seu racismo não é engano
Sua alma que é pequena.
Pequena porque separa
O ser humano por cor
Causando grandes sequelas
Com sofrimento e com dor
Quer ter um melhor caminho
Trate o outro com carinho
Regado com muito amor.
Pois o sangue do homem preto
Desde o tempo da escravidão
Deu braços para o trabalho
Viu surgir calos nas mãos
Com muitas lutas e glórias
Construiu a nossa História
Tornou grande essa nação.
Respeito e igualdade
É no mínimo o que merece
Amor e oportunidade
Dê a ele que ele cresce
Deixe de tanto cinismo
Ponha abaixo o seu racismo
Pois sem ele ninguém padecem.
JOEL MARINHO
Livre e leve como o vento
Entre girafas e touros
Os confins do infinito
Liberdade era um tesouro
Ir e vir onde quiser
Idoso, jovem e mulher
Entre diamante e ouro.
E diga-se de passagem
Já havia a escravidão
Entre uma tribo e outra
Haviam guerras de “irmãos”
Uns aos outros escravizavam
Mas depois se misturavam
E aumentavam a geração.
O tal árabe então chegou
Pelo Saara em camelo
Com sua religião
Começou o pesadelo
Eram severos e tiranos
Transformando em muçulmanos
E África em desespero.
Mas nada foi comparado
Com o terrível europeu
Com o tal cristianismo
Lá na África apareceu
Prata, ouro e diamante
Os tornou tão delirantes
Tudo em nome de Deus.
Armaram tribos inteiras
Para outras escravizar
A liberdade tirada
Vira uma vida de azar
Para os portos eram levados
De lá eram transportado
sem jamais poder voltar.
A viagem era um inferno
Narrado pelo poeta
Castro Alves bem lembrou
Das moças à mostra as tetas
Chicoteadas aos berros
Tratados a fogo e ferro
Sofrimento do capeta.
Quando levavam o azar
De não morrer na viagem
Chegavam como um espectro
No Brasil da sacanagem
Eram postos no mercado
E vendidos feito gado
Esses homens de coragem.
Separados da família
Pelos sádicos fazendeiros
Marcados a fogo e ferro
Valiam muito dinheiro
Propriedade do dono
Viviam no abandono
E tinham que ser ordeiros.
E se fizesse algo errado
Visto pelo seu senhor
O sangue no pelourinho
Jorrava com grito e dor
Tudo havia nessa hora
Choros de ódio que implora
E seu dono sem amor.
Lutou de todas as formas
Nas garras da escravidão
Em mais de trezentos anos
Foi essa coisa do cão
Houve muita resistência
Mas do que a gente pensa
Muito embate em questão.
Porém a complexidade
Que foi a escravidão
Tornava quase impossível
A total libertação
Com a ajuda da igreja
Foi uma grande peleja
Para todos dizerem não.
Porém o Brasil se viu
Em meio do campo de guerra
Contra o grande Paraguai
Defendendo sua terra
O exército foi obrigado
A ter o preto como soldado
Com o apoio da Inglaterra.
A Guerra do Paraguai
Venceu a Tríplice Aliança
O negro herói de guerra
Veio pegar sua herança
Mas viu sua mãe e seu pai
No tronco gritando ai
Escravo sem esperança.
Cresceu grande sentimento
Pela total liberdade
Vieram os abolicionistas
Lutando com lealdade
As leis da abolição
Trouxeram satisfação
Para os homens de coragem.
Chegou o 13 de maio
1888 era o ano
Viva então a liberdade
Somos livres sem engano
Festa regada a cachaça
Grandes discursos na praça
E o abismo se aproximando.
Porque a dita Lei Áurea
Não passou de enganação
Deu liberdade de fato
Mas o negro ficou sem chão
Ficou num grande degredo
Sem terra e sem emprego
Sem lar, sem paz, sem razão.
Se virem com a liberdade
Dizia o branco insolente
Afinal, bando de pretos
Nem sei se vocês são gente
O racismo proliferou
A diferença de cor
Tornou-se tão excludente.
E o maldito racismo
Depois de 130 anos
Ainda continua vivo
Nos corações mais tiranos
A maldição dessa praga
Que ao nosso Brasil estraga
Não é um simples engano.
Gilberto Freyre pregou
Não sei se por bem ou mal
Em Casa Grande e senzala
Democracia racial
Até com certo esnobismo
Disse aqui não ter racismo
Que grande cara de pau.
Até os mais leigos dos homens
Sabe que aqui no Brasil
Reina o racismo velado
Vai dizer que nunca viu
Racismo institucionalizado
Dizendo, o negro é culpado
E o chama de imbecil.
Existem muitas correntes
Que diz vivermos em paz
De fato a Constituição diz
Que os direitos são iguais
Mas direito tem sequela
Pois não entra em favela
E assim ri satanás.
E não queremos aqui
Dizer que o negro é coitado
Que não tem capacidade
De conseguir seu trocado
Só queremos condição
De igual competição
Entre rico e favelado.
Deem condições iguais
E não discurso apenas
Trate igual o semelhante
Sem cara de nojo ou pena
Somos todos seres humanos
Seu racismo não é engano
Sua alma que é pequena.
Pequena porque separa
O ser humano por cor
Causando grandes sequelas
Com sofrimento e com dor
Quer ter um melhor caminho
Trate o outro com carinho
Regado com muito amor.
Pois o sangue do homem preto
Desde o tempo da escravidão
Deu braços para o trabalho
Viu surgir calos nas mãos
Com muitas lutas e glórias
Construiu a nossa História
Tornou grande essa nação.
Respeito e igualdade
É no mínimo o que merece
Amor e oportunidade
Dê a ele que ele cresce
Deixe de tanto cinismo
Ponha abaixo o seu racismo
Pois sem ele ninguém padecem.
JOEL MARINHO