VISAGEM xxx

VISAGEM

Vou contar um ocorrido

Não sei se irão gostar

Uns talvez até chorem

Outros poderão se arrepiar

Uma escola foi o cenário

Deste episódio hilário

Não sei dizer qual o lugar

Da escola que vou falar

No passado foi um mosteiro

Conta-se este episódio

Não sei se é verdadeiro

Só sei que uns contam

Depois outros recontam

De um modo beradeiro

Dizem que ali antigamente

Um triste caso ocorreu

Uma moça apaixonada

De amor por um padre morreu

Até hoje vive vagando

Aos alunos assustando

Até mesmo o povo ateu

O padre da estória

Na verdade um picareta

Enganou a podre moça

Deixando ela zureta

Prometeu largar batina

Casar com a menina

Mas era tudo mutreta

Conseguiu o que queria

Promessa nunca cumpriu

Ludibriou a pobrezinha

Depois de tudo fugiu

Assim desamparada

Se tornou uma coitada

Desta vida a moça partiu

Veneno pra rato

Na venda ela comprou

Naquela triste noite

No mosteiro ela entrou

E ali bem escondida

Ingeriu toda bebida

Suicídio consumou

Por ordem do prefeito

Foi o mosteiro derrubado

Construído uma escola

O terreno aproveitado

Os padres foram embora

Funcionários botados pra fora

Livros incinerados

Tem sido um grande vexame

Desde a fundação do colégio

Muitas coisas foram vistas

Parece até sortilégio

Professores assustados

Alunos amedrontados

Pra isso nenhum remédio

O que se escreve no quadro

Misteriosamente é apagado

Apagador cai da mesa

Sem que tenha sido tocado

Cortinas se agitam

Tapetes levitam

Sem ter o vento soprado

A professora mais antiga

A muito tempo contratada

Já pediu substituta

Leva uma vida assustada

Teve cabelo arrancado

Por um ser inusitado

tem sido triste seu fado

Partiu a perna em duas

Teve um dente quebrado

Além de tudo a coitada

Foi presa no quarto assombrado

Tudo por ter brincado

Por ter de tudo zombado

E do fato duvidado

Um aluno viu visagem

Uma aluna assombração

O porteiro viu uma jovem

transpassando o portão

Saiu correndo apavorado

com cabelo arrepiado

Estatelou-se no chão

O diretor assanhado

Enxerido como quê

Assediou uma aluna

Viu na vida um fuzuê

Conversou com a visagem

Beijou a terrível imagem

Sem entender o Porquê

Todos naquela escola

Vivem a mesma cena

Todos assombrados

De medo até faz pena

Já chamaram reportagem

Vêem do diabo a imagem

Tem sido grande a cantilena

Pra todo lado muita reza

Missas com assuidade

O bispo já compareceu

Benzeu toda cidade

Parece não ter jeito

Só resta mesmo o prefeito

Decretar calamidade

Jorgely Alves Feitosa
Enviado por Jorgely Alves Feitosa em 15/11/2018
Reeditado em 04/03/2021
Código do texto: T6503150
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