CARNAVAL DE PERNAMBUCO

O carnaval tem origens

N’origem da humanidade,

Pois vem das celebrações

Das festas da antiguidade,

Com danças, máscaras, bebidas

E licenciosidade.

Festas gregas e romanas,

Como as festas lupercais,

Lançaram grande influência

Sobre os nossos carnavais,

Assim como as saturnálias

E os famosos bacanais.

A festa pagã Entrudo

Era uma festa anual,

Que existia na Europa

No tempo colonial.

No Brasil, os portugueses

A chamaram carnaval.

Trazida de Portugal

Era uma festa agressiva,

Onde foliões jogavam,

De forma provocativa,

Farinha, tintura, areia

E muita coisa nociva.

Casas ficavam inundadas,

E os brincantes encharcados.

Era a festa dos escravos,

Com os seus rostos pintados,

Mas era tão animada

Que encantava os abastados.

Derivada do latim,

A palavra carnaval

Era uma festa sem carne,

De origem medieval,

Antecedendo a quaresma

No Brasil colonial.

A festa carnavalesca

Vem também da tradição

Que existia em Pernambuco,

Lá na colonização,

Quando a Folia de Momo

Era a denominação.

No carnaval do Brasil,

O Momo foi inspirado

Na mitologia grega,

Onde o Momo apresentado

Era ironia e sarcasmo

D’um rei personificado.

Hoje, o nosso carnaval

É rico de fantasias,

Com os brincantes dançando,

Sempre em boas companhias,

Improvisando seus blocos

E exibindo alegorias.

Pierrôs e colombinas

Brincam no tradicional,

Mas foliões inspirados

Fazem crítica social,

Vestidos com irreverência,

Dando brilho ao carnaval.

Entre as bandas militares,

No meio das avenidas,

Sempre vinham capoeiras,

Pra deixá-las protegidas,

E brincando nessas lutas,

Muitos ficaram sem vidas.

Lá no século dezenove,

Surgem o frevo e os passos,

Dando ao nosso carnaval

Beleza, ritmo e compassos,

Co’o povo dançando solto

Ou misturado em abraços.

Os belos passos do frevo

Surgiram do capoeira,

E com o tempo criaram

Passos de toda maneira,

Que até hoje se renovam

No meio da brincadeira.

De uma corruptela

Foi o frevo originado,

Pois, ao invés de ferver,

Frever foi pronunciado,

E o frevo pernambucano

Ficou assim batizado.

O frevo significa

Rebuliço, agitação,

Uma grande efervescência,

Grande aperto e confusão,

Mas para pernambucanos

Se resume em multidão.

O frevo pernambucano,

Pela originalidade,

Já recebeu, da Unesco,

Um título pra eternidade:

Patrimônio Cultural

De toda a humanidade.

Pernambuco, com seus Frevos,

Sempre arrasta multidões,

Por entre ruas e becos,

Parecendo procissões,

Que, caindo na folia,

Esquecem desilusões.

Temos o Frevo de Rua,

Dos metais endiabrados;

O lindo Frevo de Bloco

Com seus corais afinados,

E também Frevo Canção

Dos poemas orquestrados.

Carnaval em Pernambuco

É algo extraordinário,

Pois, apesar dos três dias,

Extrapola o calendário,

Porque para terminar

Não tem dia, nem horário.

É intenso no Recife,

Capital pernambucana,

E pega fogo em Olinda,

Onde a festa é mais bacana,

Mas tem no interior

E área Metropolitana.

Os blocos contagiantes

Vêm de todos os caminhos.

Da Zona da Mata Norte,

Temos Cavalos Marinhos,

E também vêm de Goiana

Os famosos Caboclinhos.

Aqui tem Samba do Veio,

No sertão, em Petrolina...

Bonecos do São Francisco,

- Zé Pereira e Vitalina -

E por todos os recantos

Tem Mateus e Catirina.

Só Pernambuco tem festa

Que é multicultural

Ao som de Coco e Ciranda,

Que dão graça ao Carnaval,

Além de nossas Escolas

Com um Samba Original.

Bonitos Maracatus,

De Baque Solto e Virado,

Que com força e poesia

Recordam triste passado,

Com Chocalhos e Tambores

Deixando o povo encantado.

Nós temos Blocos e Troças

Que nenhuma terra tem.

Ursos, Bois e Mascarados

De todos os cantos vêm.

Homens saem nas Donzelas

E nas Catraias também.

Caretas e Papangus

Tornam a festa mais linda.

As “La Ursa” e as Caiporas

São de uma beleza infinda,

Como os Bonecos Gigantes

Pelas ladeiras de Olinda.

Os Afoxés representam

Belas manifestações

De negros, brancos e índios,

Costumes e tradições,

Usando o espírito satírico

Nessas apresentações.

Na segunda-feira, à noite,

Com momentos preciosos,

O carnaval nos fascina

E encanta os curiosos,

Nos mostrando a Noite dos

Tambores Silenciosos.

O festival Recbeat

É outra exclusividade.

Só existe em Pernambuco,

Que dá oportunidade

Às músicas alternativas

Com originalidade.

O Manguebeat surgiu

Co’o grupo Nação Zumbi,

Tendo à frente Chico Science,

Grande poeta daqui,

Cantando histórias do mangue

E das riquezas dali.

O Galo da Madrugada,

No Recife, abre a folia.

Pois, sendo o maior do mundo,

Esse bloco contagia.

E até quem não tá brincando

Enche a alma de alegria.

O bom mesmo é fazer parte,

Sendo mais um folião.

Frevar no meio do povo,

Cantando cada canção...

Mas se não for este ano,

Que seja no próximo, então.