Sertão
Veja lá no horizonte
Um sertão a tremular
Lugar de sólo arenoso
Uma seca sem cessar
De um povo Bravo é forte
Que não teme nem a morte
Sobra coragem pra lutar
A caatinga retorcida
Num barro quente sem dó
O cacto mostra os espinhos
Com flores ao seu redor
São vidas que lá resiste
Que se moldam ao jeito seu
Tão forte feito uma rocha
É agradecendo pela sorte
A vida que Deus lhe deu
Um sol vermelho e bem quente
Como o calor desse povo
Que ama essa terra forte
Mesmo com o que a pele sente
No rosto as marcas da vida
Forjada com a própria sorte
No peito uma esperança
Ver brotando desse chão
É florescer para todos
Fartura no meu sertão.
Do verde só a saudade
A terra o sol já secou
De fome os animais morrem
Da seca que torturou
O sertanejo so lhe resta
E lutar pelo seu pão
Que ainda não chegou
Com suas mãos calejadas
resiste ao tempo e a fome
Na luta de todo dia
A fraqueza lhe consome
Mais o sertanejo forte
Enfrenta até a morte
Sem largar o seu torrão
E por mais que ele sofra
A mercê da própria sorte
nunca deixa seu sertao