Zombaria.

Um certo homem vestido

Com roupas esfarrapadas,

Pés descalços, barba grande,

Cabelos que não cortava

Era motivo de risos,

E todos dele zombavam.

Se vissem ele passando,

Um ficava em cada esquina

Começando a zombaria;

Um de lá dizia, água,

Outro dizia, limão, Açúcar,

De longe outro respondia.

O homem não tinha nome

Nem ente nem aderente,

Não tinha mãe, não tinha pai

Vivia ao leu sem destino,

Correndo pelas vielas

Um louco, sem desatino.

GARAPA! Seu apelido;

E disso ele não gostava,

E quando ouvia a sequência

Que os três meninos gritavam

O que tivesse na mão

Era a arma que ele usava.

Numa dessas investidas,

Sua ira extrapolou

A pedrada foi certeira,

E um dos meninos matou;

Era o filho do juiz

Que a sentença promulgou.

Garapa morreu no manicômio

Lugar de doido morar

E quem disse que ele era louco,

Ninguém conseguiu provar

O juiz perdeu seu filho,

Porque não soube criar.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 25/10/2018
Código do texto: T6486234
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.