Branquinha -no cordel sem ser cordel

Branquinha

maria da graça almeida

Sou aquosa e incolor,

finjo ser inofensiva,

trago forte o sabor

e no efeito sou ativa.

Que ameaça com alarde,

do engenho, sou a "cana".

Encorajo os covardes

e eles metem-se à bacana.

Ébria, eterna, eu barganho

o inteiro pelo meio.

Os caminhos eu estranho

e as mentes incendeio.

Sou no mundo a má semente

e do vício, o lado quente.

Sou nascida pra que aclame

quem nasceu para o vexame.

maria da graça almeida
Enviado por maria da graça almeida em 13/03/2005
Reeditado em 14/08/2005
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