PROFESSOR

Por Gecílio Souza

Com a voz, o livro e o talento

Em toda e qualquer circunstância

Armado de conhecimento

Repousa-se na vigilância

E enfrenta com o argumento

Os torpedos da petulância

O “bandido” mais violento

Se protege na arrogância

O seu primeiro armamento

É a própria ignorância

Em geral o mau “elemento”

Se forma desde a infância

E o homem cresce sedento

De sentido e relevância

A barbárie tem assento

No engodo da redundância

Surge o problematizador

Na pessoa do professor

Que explicita a substância

O grande intermediador

Entre o livro e o sujeito

Pode crer é o professor

Com seu estilo e seu jeito

É ele o desconstrutor

Do “conhecimento” obsoleto

Também é interlocutor

Dos que procuram bom pleito

Polêmico e pacificador

Demole o argumento mal feito

Às vezes desperta o furor

Daqueles cujo pretexto

É tachá-lo de manipulador

Tá aí o maior defeito

De um sistema opressor

Que incita o desrespeito

Preocupante e crescente

Ao saber e ao docente

Ao mestre que tira o cabresto

Uma nação só avança

Quando o ponto balizador

É a educação da criança

E não a moral do terror

Que se funda na vingança

Na malícia e no pavor

A escola da desconfiança

É que forma o ditador

Deixa então como herança

O falso moralizador

Que se firma na aliança

Do docente castigador

Com a pedagógica lambança

E o discente cumpridor

A educação não alcança

Seu caráter libertador

A sociedade é que dança

Quando inverte o seu valor

Entregando esta nação

A um torturador capitão

Em vez de um professor!

G. S.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 15/10/2018
Reeditado em 15/10/2018
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