AUSÊNCIA
Por Gecílio Souza
Saudade é chicote que açoita
Sem sentimento de pena
Se vai embora logo volta
À angústia nos condena
A paz da alma se esgota
O nível da vida se empena
E a alegria vira lorota
Sorriso não é mais que cena
O coração dá cambalhota
Ao me lembrar da pequena
Me lança ao fundo da grota
Onde o rubro éros se drena
E a esperança quase morta
Por esta afetiva gangrena
Já com a auto-estima torta
Alcanço uma flor de açucena
E meu espírito a ti devota
Minha bela deusa morena
Não me imponha tal derrota
O seu ser ao meu se acena
Vamos pela mesma porta
E a nossa vida será plena!