ROMEU E JULIETA DO SERTÃO

Era uma vez um caboclo

Nascido lá no nordeste

Cabra bão, cabra valente

Cabra arretado da peste

De noite, á luz das estrelas

Tocava seu violão

Lembrando toadas antigas

Cantadas lá no sertão

Debaixo do solão quente

Esse cabra se criou

Aos 20 anos de idade

Que conheceu o amor

Por uma linda donzela

Que vivia na cidade

O caboclo se apaixonou

Buscando a felicidade

Mas o destino incerto

Atrapalhou sua vida

Em família afortunada

Nascera sua querida

E o pai da moça, orgulhoso

Quis esse amor acabar

E a jovem se tornou triste

Sempre, sempre a soluçar

Os cabelos de azeviche

Foram perdendo a cor

Seus olhos verdes mostravam

desesperança e dor

Passava o tempo sozinha

A chorar o seu martírio

E beijava seu caboclo

Em seu ardente delírio

O cabra já não sorria

Em completa solidão

Somente lamentos tristes

Cantava seu violão

Sua noite não tinha estrelas

Não tinha sol o seu dia

O calor cedeu ao frio

Minou a sua alegria

Mas ninguém consegue calar

Quem se ama de verdade

E não importa qual jeito

Buscam a felicidade

Não importando quem erra

Serão felizes no céu

Se não puderam ser na Terra

Numa manhã muito fria

Com orvalho congelando

Encontraram a jovem caída

Seu último suspiro dando

Ao mesmo tempo o caboclo

Não importando mais nada

Entregava sua vida

Por amor de sua amada

E no pé daquela serra

Os dois foram sepultados

Um corpo ao lado do outro

Como dois desventurados

Mas o que os olhos não viram

Só o coração sentiu

Um par de luzes brilhantes

Rumo ao céu, então subiu!

Cigana das Rosas
Enviado por Cigana das Rosas em 26/09/2018
Código do texto: T6460498
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