CORDEL – Mote – Aos poucos em fui perdendo – Amigos de ocasião – 26.08.2018 (PRL)
 
CORDEL – Mote – Aos poucos eu fui perdendo – Amigos de ocasião – 26.08.2018 (PRL)
 
Não reclamo dos amigos
Aqueles de boa fé
Também não tenho inimigos
Pelo Deus de Nazaré
Portanto que vou vivendo
E sem qualquer ambição
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(2)
O que não me cumprimenta
Não ficou meu inimigo
É que apenas não aguenta
Pensa me dar um castigo
De coração corroendo
Falo aqui por antemão
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(3)
Amizade passageira
Às vezes se fortalece
Não é coisa tão ligeira
Mas decerto se enobrece
Quando dois estão querendo
Em qualquer situação
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(4)
Muita gente é melindrosa
Bem difícil de aceitar
Tem a língua venenosa
Não gosta de se mancar
Por isso que vou dizendo
Por favor, se achegue não
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(5)
Mentira tem perna curta
E depois se contradiz
Então a pessoa surta
Lembrando ser infeliz
E com o peito doendo
Tenta nova aparição
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(6)
E por mais que se cultive
A boa camaradagem
Essa história se revive
Então se perde a viagem
Mas assim vamos vivendo
Com boa sustentação
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(7)
Tem gente que é “venha nós”
Porém para os outros nada
Só se pega com os prós
Mas isso é grande mancada
Porquanto fui percebendo
E fiz minha anotação
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(8)
Tantas vezes me afastei
De pessoal presunçoso
Apenas um troco dei
Porque não sou orgulhoso
Porém aqui remoendo
Com muita insatisfação
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(9)
De espírito construtivo
E sem qualquer falsidade
Ou mesmo meio furtivo
Com minha tranquilidade
Devagar fui percebendo
Resposta com agressão
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(10)
Alguns até depreciam
Um labor de sua lavra
Melhor eles não fariam
E deles pouco se salva
Mas vão se contradizendo
Naquele velho chavão
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(11)
Até mesmo algum confrade
Que fiz com muito prazer
Deram adeus sem alarde
Resolveram me esquecer
Absorvo mas não entendo
Recebo nova lição
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(12)
Mas a vida sendo ingrata
Não esconde a presunção
Essa coisa por bem chata
Merece toda atenção
Num mundo tão estupendo
De tamanha proporção
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(13)
Na doença rezei muito
Por mentes iluminadas
Apostaria nesse intuito
Por gentes amedrontadas
Com minha fé vou me erguendo
Conto com sua adesão
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(14)
A crítica construtiva
Merece ser conhecida
Mas aquela criativa
Que se afigura aquecida
De enrolada vou enchendo
Falando por cidadão
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(15)
Quem tem boca vai pra Roma
Não resulta acabrunhado
Muita gente que se soma
Pois entende do riscado
De logo sigo prevendo
Sem pensar em traição
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião
(16)
A unanimidade é burra
Não é burro o coração
Ninguém merece uma surra
Em nenhuma ocasião
Apenas estou gemendo
A dor da separação
Aos poucos eu fui perdendo
Amigos de ocasião

 
 
Tudo aqui é brincadeira
Ansilgus

Imagem: INTERNET/GOOGLE
ansilgus
Enviado por ansilgus em 25/09/2018
Reeditado em 25/09/2018
Código do texto: T6459394
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